Refugiados líbios na Tunísia: "Quryna" parece ter mudado linha editorial com as revoltas (Spencer Platt/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2011 às 10h22.
Trípoli - Um esquadrão de mercenários africanos matou 17 jovens na cidade líbia de Chahat, indicou nesta quarta-feira o jornal eletrônico "Quryna", considerado um veículo próximo a Seif el Islam, o filho mais velho do líder líbio Muammar Kadafi.
Além dos 17 mortos, cujos nomes foram divulgados pelo jornal, outras 200 pessoas ficaram feridas no incidente, acrescenta o meio, que cita uma testemunha identificada como Hafedh Douili, mas não menciona a data.
A mesma fonte explica que os manifestantes que pedem a queda de Kadafi e os habitantes da localidade conseguiram capturar uma centena de mercenários, entre os quais havia cidadãos do Chade, Sudão e Nigéria.
Inúmeras fontes procedentes das diferentes regiões da Líbia, incluindo o "Quryna", afirmaram desde o começo da revolta, há uma semana, que mercenários africanos estavam agindo em nome do clã Kadafi e semeando o terror no país.
A rede de televisão "Al Jazeera" divulgou nesta terça-feira imagens nas quais era possível ver alguns desses mercenários, denominados "capacetes amarelos", que confessaram estar às ordens dos serviços de segurança líbios.
A sede do "Quryna" está localizada em Benghazi, a segunda maior cidade da Líbia, situada cerca de 1.200 quilômetros de Trípoli e que se encontra, segundo seus habitantes, sob controle dos insurgentes. O jornal parece ter mudado sua linha editorial nos últimos dias.
Além disso, a agência oficial "Jana" desmentiu nesta quarta-feira que navios de guerra líbios tenham bombardeado Benghazi.
Citando uma fonte do comando militar, a agência expressa que as afirmações fazem parte de "uma guerra psicológica contra o povo", com o fim de "desestabilizar o país".
Segundo a "Al Jazeera", os comandantes de dois navios de guerra se negaram a executar a ordem de bombardear Benghazi e fugiram a bordo das embarcações para a ilha de Malta.