Trump: a reunião aconteceu em Viena para analisar como seguir adiante com o acordo nuclear de 2015 (REUTERS/Jonathan Ernst/Reuters)
EFE
Publicado em 25 de maio de 2018 às 09h54.
Última atualização em 25 de maio de 2018 às 09h55.
Viena - Representantes da França, Reino Unido, Alemanha, Rússia e China se reúnem nesta sexta-feira em Viena com uma delegação de alto nível do Irã para analisar como seguir adiante com o acordo nuclear de 2015 após a saída dos EUA do tratado.
Trata-se da primeira reunião sem representação dos Estados Unidos da chamada "comissão conjunta" do "plano conjunto de ação" (JCPOA, por sua sigla em inglês).
O encontro começou às 11h15 local (8h15, em Brasília) no mesmo hotel de Viena no qual há três anos foi negociado o histórico tratado que limita o programa nuclear do Irã.
Segundo fontes da Comissão Europeia em Viena, espera-se que o encontro dure entre 3 e 4 horas.
Ao início da reunião, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, explicou perante os delegados o alcance e o estado da investigação de seus analistas no Irã.
A AIEA, que é encarregada de supervisionar o cumprimento de todos os aspectos nucleares do acordo, confirmou ontem em um relatório trimestral que, por enquanto e apesar do abandono americano, o Irã segue cumprindo com todas as exigências.
A delegação iraniana é liderada pelo negociador nuclear chefe Abbas Aragchi, enquanto o grupo internacional é liderado pelo número dois da diplomacia europeia, Helga Schmid.
"Vamos apresentar as nossas exigências, que consistem em manter os interesses do acordo e escutar as outras propostas", disse Aragchi em entrevista à imprensa do seu país em Viena.
"A nossa principal preocupação é o sistema bancário, as seguradoras e o transporte", acrescentou o vice-ministro iraniano.
"Depois de intensas conversas nas próximas semanas, decidiremos se ficamos no acordo ou não", concluiu Aragchi.
Junto com o saída do acordo, os Estados Unidos anunciaram novas sanções comerciais contra o Irã, que entrarão em vigor em 6 de agosto, e que também afetarão empresas de outros países, entre elas europeias, que fazem negócios no Irã.
Reuniões deste tipo estão sendo realizadas a cada três meses desde o que acordo entrou em vigor, em janeiro de 2016, embora a de hoje tenha sido convocada de forma extraordinária pelo Irã por ocasião da saída dos Estados Unidos.