Mundo

Membro de Comissão de Direitos culpa vítimas por estupros

Política indiana membro da Comissão pelos Direitos da Mulher relacionou estupros com o comportamento da mulher ou sua roupa


	Mulheres protestam contra estupro na Índia: "estupros sucedem pela vestimenta das mulheres, por seu comportamento ou por estar em lugares inapropriados", disse política
 (Utpal Baruah/Reuters)

Mulheres protestam contra estupro na Índia: "estupros sucedem pela vestimenta das mulheres, por seu comportamento ou por estar em lugares inapropriados", disse política (Utpal Baruah/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2014 às 10h12.

Nova Deli - A política indiana Asha Mirge, membro da Comissão pelos Direitos da Mulher no estado de Maharashtra, relacionou nesta quarta-feira os frequentes estupros no gigante asiático com o "comportamento" da mulher ou sua "roupa".

"Os estupros sucedem pela vestimenta das mulheres, por seu comportamento ou por estar em lugares inapropriados", afirmou Mirge durante um encontro em Mumbai, o Partido Nacionalista do Congresso (NCP), segundo recolhe o canal de seu partido local "NDTV".

A membro do NCP fez alusão direta a dois dos abusos sexuais que mais causaram repercussão na Índia, como os estupros coletivos de uma estudante de medicina em um ônibus em Nova Délhi e de uma fotógrafa na cidade de Mumbai.

Mirge acusou a primeira, que morreu dias depois do estupro por ficar gravemente ferida, de haver ido à noite com um amigo ao cinema, e a segunda de ir a ruínas de um bairro periférico às seis da tarde.

As críticas contra a membro da Comissão pelos Direitos da Mulher não tardaram, e entre elas está a de um líder do NCP, Praful Patel, que disse que serão tomadas "medidas disciplinares" contra Mirge por seus comentários "totalmente insensíveis".

Após o estupro da jovem estudante de medicina em 16 de dezembro de 2012 em Nova Délhi, multidões reagiram na Índia com fortes demonstrações de repúdio e gerou um debate sem precedentes sobre a situação da mulher que levou o governo a endurecer as leis contra essas agressões.

No entanto, algumas vozes, entre elas as de importantes personalidades, decidiram culpar a vítima.

Um exemplo foi o popular guru Asaram Bapu, que também disse que a vítima de Nova Délhi teve culpa, em menor medida que os agressores, já que em vez de resistir "deveria ter rezado a Deus e pedido aos agressores que a deixassem em paz".

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCrimeEstuproÍndiaMulheres

Mais de Mundo

Indultos de Trump para manifestantes que invadiram Capitólio dividem os republicanos

Trump cancela viagem de refugiados já aprovados para reassentamento nos EUA

Argentina poderia deixar Mercosul para concretizar acordo com EUA, diz Milei

Trump dá 100 dias para acabar com guerra na Ucrânia; Zelensky pede 200 mil soldados de paz