Jovem segura uma réplica da taça da Copa do Mundo em Doha, no Catar: "não haverá outra eleição, de jeito nenhum", assegurou dirigente (Marwan Naamani/AFP)
Da Redação
Publicado em 1 de abril de 2014 às 13h21.
Londres - O belga Michel D'Hooghe, membro do Comitê Executivo da Fifa, descartou nesta terça-feira a possibilidade de haver uma nova eleição para atribuir a sede da Copa do Mundo de 2022, apesar das polêmicas envolvendo o Catar, escolhido em 2010.
"Não haverá outra eleição, de jeito nenhum", assegurou o dirigente em entrevista ao jornal britânico London Evening Standard".
"Alguns veículos da mídia inglesa querem isso, mas não são eles que decidem", acrescentou.
A própria Fifa está investigando com uma comissão independente do Comitê de Ética as denúncias de compras de votos a favor do Catar em 2010.
Perguntado sobre a possibilidade do país árabe ter subornado membros da Fifa, D'Hooghe foi categórico.
"De jeito nenhum. Nunca tive a impressão que algo assim tenha acontecido e continuo pensando que não houve corrupção naquela eleição", insistiu.
O belga também deu seu apoio a Michael Garcia, ex-promotor de Nova York, que dirige a comissão encarregada pela investigação.
"Depois da última reunião do nosso Comitê Executivo, ouvi dizer que alguns não aceitaram, mas as entrevistas continuam", comentou o dirigente, referindo-se a relatos de que alguns membros da Fifa teriam se sentido incomodados com a investigação.
"Eu apoio o trabalho de Garcia, não tenho nada para esconder", resumiu D'Hooghe.
O belga também atribuiu as críticas recentes da imprensa britânica ao "rancor" relacionado ao fato da Inglaterra não ter sido escolhida para sediar a Copa de 2018, que será organizada na Rússia, em outra decisão polêmica.
"A Inglaterra tem que parar de reclamar. Não recebe uma Copa desde 1966, mas a Bélgica nunca organizou o torneio. O futebol é assim, às vezes se ganha, às vezes se perde", completou.
Na última segunda-feira, o presidente da Federação Japonesa de Futebol, Kuniya Daini, disse em entrevista à AFP que seu país estava disposto a receber a competição caso a Fifa decidisse tirá-la do Catar.