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Melania não se importa com os imigrantes. E os políticos?

Uma tentativa de votar lei de imigração terminou em impasse. O projeto de lei prevê a nacionalização de imigrantes que entraram no país ainda crianças

MELANIA E O POLÊMICO CASACO: sua porta-voz afirmou que era “apenas um casaco” / Kevin Lamarque/ Reuters

MELANIA E O POLÊMICO CASACO: sua porta-voz afirmou que era “apenas um casaco” / Kevin Lamarque/ Reuters

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2018 às 07h01.

Última atualização em 22 de junho de 2018 às 07h38.

Congressistas americanos esperam votar nesta sexta-feira um nova lei de imigração que, entre outros temas, crie novas regras para evitar a separação de pais e filhos nas fronteiras. Uma tentativa de votar uma lei linha ampla de imigração nesta quinta-feira terminou em impasse. O projeto de lei prevê também um caminho para a nacionalização de imigrantes que entraram no país ainda crianças, os chamados dreamers, e novos controles para evitar a contratação de imigrantes ilegais, como uma verificação eletrônica em todas as companhias do país.

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O dia turbulento de ontem, afirma o New York Times, é uma nova mostra das profundas divisões sobre imigração dentro do partido republicano, e ainda reacendeu o ódio entre Donald Trump e os democratas. Pelo Twitter, o presidente afirmou que “eles não se preocupam com segurança” e que “não votarão nada”. “Você não pode aprovar uma legislação sobre imigração seja ela por segurança ou qualquer outra razão, incluindo ‘coração’ sem o voto dos democratas”, escreveu Trump.

A verdade é que a votação de quinta-feira foi rejeitada por 231 votos, sendo 41 de republicanos e 190 de democratas. Para os republicanos conservadores, a separação nas fronteiras não é o maior problema — é, na verdade, uma ação limite que vem sendo usada como moeda de negociação. O que eles não querem é um projeto que permita, como vêm chamando, uma “anistia” para os jovens sem documento que já vivem no país. Em paralelo, republicanos no Senado tentam uma forma de aprovar algum projeto que trate apenas de formas de reunir as famílias separadas na fronteira.

Sem a nova lei de imigração, a ordem assinada na quarta-feira por Trump para reunir as mais de 2.400 famílias (incluindo 49 brasileiras) segue inócua. E segue rendendo polêmica. Ontem, a primeira-dama Melania Trump, que vinha se posicionando a favor da reunião familiar, visitou um centro de acolhimento a crianças imigrantes com uma inacreditável jaqueta que dizia “Eu realmente não me importo, e você?”. A porta-voz de Melania disse que era “apenas um casaco”.

Bom, a sociedade americana se importa. Países vizinhos, também. Nesta sexta-feira, ministros de relações exteriores de El Salvador, Honduras, Guatemala e México se reúnem na Cidade do México em busca de alguma ação contra a política americana de “tolerância zero”. A dúvida é se os congressistas também se importarão.

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