Incêndio florestal em Valparaíso, no Chile, em 13.04.2014 (REUTERS)
Vanessa Barbosa
Publicado em 14 de abril de 2014 às 11h58.
São Paulo - Cenas dramáticas tomaram conta da cidade portuária de Valparaíso, no Chile, neste fim de semana, durante um megaincêndio florestal que atingiu o local.
As chamas destruíram cerca de 2 mil casas e mataram ao menos 12 pessoas na região. É o pior incêndio em mais de 60 anos em Valparaíso, declarada Patrimônio Cultural da Humanidade em 2003.
Com suas casas coloridas construídas sobre os morros, este cartão-postal do Chile sofre repetidas vezes com emergências relacionadas a incêndios, especialmente no verão, quando as altas temperaturas se combinam com o vento forte e seco.
Mas, a exemplo de algumas tragédias em encostas brasileiras, o desastre em Vaparaíso também pode ter origem no descaso público.
"A autoridade política, por décadas, tem permitido a ocupação de terras onde não pode haver nenhuma construção[...] Estamos diante de um grande desafio em termos de novas regras no planejamento territorial. Eu diria que o primeiro é o de aplicar a lei", afirmou Michel de L'Herbe, especialista em gestão de emergência, em entrevista ao jornal chileno La Tercera.
A presidente Michelle Bachelet declarou o local zona de catástrofe. Em sua manchete, nesta segunda-feira, o tradicional jornal El Mercurio destaca que o incêndio, que começou na tarde de sábado, segue descontrolado e que será preciso ao menos 20 dias para apagar todos os focos.
Tentativas de apagá-los são complicadas pela geografia de Valparaíso, com colinas, ruas estreitas, escadarias e ventos fortes.
O governo chileno solicitou ajuda da Argentina para conter as chamas em áreas que estão "desprotegidas". No momento, 21 aeronaves trabalham exclusivamente na área incendiada de Valparaíso.