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Medo e restrições aumentam na Europa e os contágios diminuem nos EUA

A Europa, com mais de 731.000 vítimas fatais, é a região do mundo que soma mais mortes pelo vírus

Estados Unidos: contágio diminuiu no país (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)

Estados Unidos: contágio diminuiu no país (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)

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AFP

Publicado em 30 de janeiro de 2021 às 12h45.

França e Alemanha aumentam suas restrições a partir deste final de semana para se protegerem das novas variantes do coronavírus, na expectativa de uma aceleração da vacinação, lenta e cheia de obstáculos, enquanto nos Estados Unidos as infecções e hospitalizações caem.

A partir deste sábado, a Alemanha proíbe a entrada em seu território de pessoas de cinco países (Reino Unido, Irlanda, Portugal, Brasil e África do Sul) afetados pelas diferentes variantes da covid-19.

E a França fechará suas fronteiras com países de fora da União Europeia (UE) a partir de domingo e aplicará outras restrições, no que parece ser a última oportunidade antes de impor um confinamento.

A Europa, com mais de 731.000 vítimas fatais, é a região do mundo que soma mais mortes pelo vírus, e a maioria de seus países estão reforçando suas medidas para conter a propagação das variantes detectadas no Reino Unido, África do Sul e Brasil.

Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, parece que a disseminação da doença está controlada e o número de novas infecções e internações hospitalares vem diminuindo há duas semanas.

Segundo os especialistas, isto deve-se ao respeito pelos gestos de barreira e também ao fato de o efeito negativo das festas de final de ano e das suas reuniões familiares estar ficando para trás.

O país, o mais atingido pela pandemia - com mais de 436.800 mortes -, continua registrando mais de 3.000 mortes por dia, mas as curvas epidemiológicas mostram que a situação está melhorando.

"O período de viagens que beneficiou a disseminação do vírus está quase no fim", comentou à AFP Amesh Adalja, do centro Johns Hopkins.

Polêmica com a AstraZeneca

Por sua vez, a UE autorizou na sexta-feira a vacina da AstraZeneca, tornando-se a terceira que pode ser distribuída depois das da Pfizer/BioNTech e Moderna.
A aprovação da vacina veio em meio a uma polêmica com o laboratório britânico, que havia anunciado sua impossibilidade de entregar mais de "um quarto" das doses inicialmente planejadas para os países do bloco.

Com as esperanças depositadas nas campanhas de vacinação para combater a pandemia o mais rápido possível, nenhum governo quer ficar para trás.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foi direta com a AstraZeneca: "Espero que a empresa entregue 400 milhões de doses conforme combinado", disse no Twitter.

O diretor executivo da empresa britânica declarou, por sua vez, que "uma primeira entrega de cerca de três milhões de doses deve ser enviada nos próximos dias".

Essa vacina, desenvolvida com a Universidade de Oxford, é mais barata e mais fácil de transportar do que as da Pfizer/BioNTech e Moderna.

Outros países também estão correndo para regularizá-la para poder inoculá-la o mais rápido possível em suas populações.

No Brasil, segundo país mais afetado pela covid-19 com mais de 222.600 mortes, a AstraZeneca e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) pediram ao órgão regulador sanitário a aprovação definitiva dessa vacina.

Até agora, a Anvisa aprovou apenas o uso emergencial de dois milhões de doses importadas da vacina AstraZeneca/Oxford e cerca de 10 milhões da CoronaVac, desenvolvida pela empresa chinesa de biotecnologia Sinovac em associação com o Instituto Butantan de São Paulo.

Por sua vez, a Bolívia começou na sexta-feira a inocular a vacina russa Sputnik V, da qual recebeu suas primeiras 20.000 doses, enquanto a Colômbia anunciou que iniciará sua campanha de imunização em 20 de fevereiro.

O Peru, por sua vez, anunciou que receberá no dia 9 de fevereiro o primeiro lote de um milhão de doses da farmacêutica chinesa Sinopharm.

"Fracasso moral"

Em meio a essa luta pelas vacinas, e com uma pandemia que já ceifou mais de 2,2 milhões de vidas no mundo e infectou mais de 102 milhões de pessoas, segundo balanço da AFP neste sábado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um apelo para que os países pobres não fiquem esperando até que os ricos imunizem suas populações.
"Se não compartilharmos as vacinas, haverá três problemas principais", alertou o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

"Um: uma fracasso moral catastrófico; dois: a expansão da pandemia; e três: uma recuperação econômica muito lenta".

Em paralelo, os especialistas da OMS que estão em missão na cidade chinesa de Wuhan (centro) para tentar esclarecer as origens do coronavírus visitaram o primeiro hospital da cidade que recebeu pacientes com covid-19.

O hospital de Jinyintan foi o primeiro a receber, no final de 2019, pacientes portadores do que então era visto como um vírus misterioso que começava a ser detectado nesta cidade chinesa, considerada o marco zero da pandemia que assola o mundo.

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