Medo de segunda onda de covid-19 aumenta risco de novos isolamentos (Guglielmo Mangiapane/Reuters)
Reuters
Publicado em 12 de junho de 2020 às 13h13.
Última atualização em 12 de junho de 2020 às 15h23.
O temor de uma segunda onda de infecções de covid-19 cresceu nesta sexta-feira devido a um aumento diário recorde na Índia, alertas contra a complacência na Europa e notícias de meia dúzia de Estados norte-americanos de que seus leitos hospitalares estão sendo ocupados com rapidez.
Nos últimos dias, autoridades de saúde de todo o mundo expressaram o receio de que alguns países às voltas com o impacto econômico devastador dos isolamentos possam suspender as restrições rápido demais e que o coronavírus possa se disseminar durante protestos antirracismo em massa.
Wall Street sofreu sua pior queda em três meses na quinta-feira por causa do temor de uma recaída, e nesta sexta-feira ações de todo o globo mantiveram uma sequência de perdas de quatro dias.
Na China, onde o novo coronavírus surgiu, dois casos novos de Covid-19, a doença que ele causa, foram registrados na capital um dia depois de o governo municipal adiar planos para que alguns estudantes voltassem às escolas.
A Índia reativou a maior parte do transporte público, escritórios e shopping centers nesta semana depois de quase 70 dias, embora as autoridades de saúde tenham dito que o país ainda levará semanas para achatar a curva crescente de infecções.
Embora as novas infecções estejam diminuindo na maior parte da Europa, especialistas de saúde veem um risco entre moderado e alto de aumentos pós-isolamento justificarem novas restrições.
"A onda inicial de transmissão passou do pico em todos os países, tirando Polônia e Suécia", disse o Centro de Controle e Prevenção de Doenças Europeu (ECDC), prevendo uma aceleração moderada no continente nas próximas semanas.
O centro observou, porém, que agora os governos têm medidas de controle para verificar e reverter tendências de alta dentro de duas a três semanas.
Andrea Ammon, diretora do ECDC, enfatizou a importância de se manter o distanciamento físico, a higiene das mãos e o que chamou de "etiqueta respiratória".
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse em uma cerimônia realizada em Genebra no final de quinta-feira que "a ameaça de um ressurgimento continua muito real".