Mortes: "este é de longe o pior (cenário) que já vimos no Mediterrâneo", disse William Spindler, porta-voz do Acnur (AFP)
Reuters
Publicado em 25 de outubro de 2016 às 15h08.
Genebra - O número de mortes no mar Mediterrâneo este ano quase alcançou o do ano passado inteiro, já que mais de 3.740 imigrantes e refugiados se afogaram a caminho da Europa e os perigosos meses do inverno regional ainda estão pela frente, disseram agências de assistência nesta terça-feira.
Atualmente os traficantes de pessoas estão realizando embarques de milhares em botes infláveis precários que partem da Líbia para a Itália, talvez para diminuir seus próprios riscos de serem pegos, mas também complicando o trabalho das equipes de resgate, disseram.
Ao menos 3.740 pessoas morreram no mar até o momento, quase empatando com o saldo de 3.771 mortes de todo o ano de 2015, quando um número de pessoas três vezes maior - mais de um milhão - se arriscou nas águas, informou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
"Este é de longe o pior (cenário) que já vimos no Mediterrâneo", disse William Spindler, porta-voz do Acnur, em um boletim à imprensa. "Pode-se dizer que o índice de mortalidade aumentou três vezes".
Cerca de 2.200 imigrantes foram salvos no centro do Mediterrâneo em 21 missões de resgate na segunda-feira, e 16 corpos foram recuperados, comunicou a Guarda Costeira italiana.
Ao menos 17 corpos dos incidentes do final de semana estão sendo levados à Itália, disse a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Desde que a União Europeia e a Turquia assinaram um acordo em março para fechar as rotas para a Grécia, o trajeto da Líbia para a Itália pelo Mediterrâneo central se tornou o caminho principal dos imigrantes.
Um de cada 47 imigrantes ou refugiados que tenta a jornada nessa rota acaba morrendo, disse Spindler.