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Medidas de segurança em aeroportos dos EUA aguçam criatividade comercial

Logotipo de camisetas e adesivos repercutem protestos contra a TSA, a autoridade de Segurança de Transporte dos EUA

Os métodos nada convencionais da TSA, no aeroporto de Chicago  (Scott Olson/Getty Images)

Os métodos nada convencionais da TSA, no aeroporto de Chicago (Scott Olson/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2010 às 05h38.

Washington - A controvérsia midiática em torno das inspeções de segurança nos aeroportos dos Estados Unidos estimulou a criatividade das empresas para vender camisetas, fazer publicidade e até comercializar artefatos que "ocultam" as partes "íntimas" do scanner.

Enquanto a Autoridade de Segurança de Transporte dos EUA (TSA, na sigla em inglês) anuncia que manterá os novos protocolos de segurança, como os avançados scanners corporais (aparelhos de inspeção com raios-X) que mostram imagens de corpos nus, surgem algumas ideias para aproveitar comercialmente a circunstância.

Na Califórnia, onde teve início a onda de protestos contra a TSA por suas inspeções "invasivas", a frase já famosa proferida pelo engenheiro de informática John Tyner para oficiais do aeroporto de San Diego já se transformou em logotipo de camisetas e adesivos.

Tyner colocou um vídeo na internet na semana passada no qual se recusa a ser revistado por funcionários do aeroporto e diz que, caso tocassem em uma de suas partes íntimas, ele faria com que fossem presos. As palavras utilizadas, pouco educadas, agora são aproveitadas pela indústria têxtil.

Além disso, a empresa Loopt, que desenvolve aplicativos para celulares, anunciou que sorteará 10 IPods Touch entre os passageiros que utilizem seu serviço de check-in online e contem suas experiências nos controles de segurança por meio do perfil do Twitter @touchedbyTSA (tocado pela TSA, em tradução livre).

Já a marca Rocky Flats Gear, do desenhista Jeff Buske, mostra em seu site cuecas, sutiãs e calcinhas com um fino metal adaptável que oferece proteção contra a radiação e assegura a intimidade diante dos scanners desenvolvidos pela TSA. O metal se adapta à figura humana e disfarça as partes íntimas com um impresso de folha de figueira.

Toda essa tecnologia tem o objetivo de ocultar as partes íntimas nos cerca de 400 scanners pessoais, batizados como "pornô-scanners", que foram instalados em mais de 60 aeroportos dos EUA.

As criativas propostas, em um país de tradicional tino comercial, contrastam com as múltiplas queixas na rede, como a campanha "National Opt Out Day" (Dia Nacional da Abstenção), que pede aos passageiros que não se submetam à inspeção e gerem atrasos como protesto contra os novos protocolos de segurança.

A polêmica acontece poucas horas antes de começarem nos Estados Unidos o feriado de Ação de Graças, a data de maior tráfego aéreo e terrestre do país e que se prolonga da quarta-feira ao domingo.

O debate chegou à política e a própria secretária de Estado, Hillary Clinton, expressou sua desaprovação à obrigatoriedade da revista, embora tenha assinalado que as novas medidas foram desenvolvidas porque os terroristas "estão cada vez mais criativos na hora de esconder os explosivos".

John Pistole, chefe da TSA, reconhece: "Somos conscientes das preocupações dos cidadãos", mas acrescenta que seu dever é "oferecer a máxima segurança" aos passageiros.

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