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Nobel da Paz chinês terá visita de médicos ocidentais em hospital

Liu Xiaobo foi condenado em 2009 a 11 anos de prisão por "subversão", após pedir reformas democráticas

Nobel: sofre de câncer de fígado e seu estado de saúde está piorando, segundo porta-voz americana (Bi Yimin/Divulgação)

Nobel: sofre de câncer de fígado e seu estado de saúde está piorando, segundo porta-voz americana (Bi Yimin/Divulgação)

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AFP

Publicado em 7 de julho de 2017 às 17h28.

Última atualização em 7 de julho de 2017 às 18h00.

Médicos da Alemanha e dos Estados Unidos visitarão neste fim de semana o dissidente chinês e prêmio Nobel da Paz Liu Xiaobo, que sofre de câncer de fígado, informaram à AFP fontes próximas ao caso, em um momento em que seu estado de saúde está piorando.

Três fontes indicaram que ao menos dois médicos visitarão o ativista pró-democracia, de 61 anos, após um convite do hospital em que está internado, em Shenyang (nordeste da China).

Liu Xiaobo foi condenado em 2009 a 11 anos de prisão por "subversão", após pedir reformas democráticas. Foi um dos autores da Carta 08, um manifesto que defendia, entre outras coisas, eleições livres.

O ativista se tornou em 2010 o primeiro chinês a receber o Nobel da Paz.

Liu foi posto em liberdade condicional depois de ser diagnosticado, em maio, com um câncer de fígado em fase terminal.

As fontes consultadas pela AFP não deram mais detalhes sobre a visita desses médicos. E as embaixadas dos Estados Unidos e da Alemanha se negaram a confirmar a informação.

"Sabemos que o hospital chinês em que Liu está sendo tratado convidou especialistas médicos americanos e alemães (a irem) à China para consultas", indicou à AFP a porta-voz da embaixada americana, Mary Beth Polley.

"Solicitamos que a China conceda a estes médicos um acesso livre a Liu", acrescentou.

Desde a hospitalização de Liu Xiaobo, vários países ocidentais pressionam Pequim para que autorize o dissidente a viajar ao exterior em busca de atendimento para sua doença terminal.

Vários amigos do prêmio Nobel consideram que ele está perto da morte desde que o Hospital Universitário Médico Nº1 de Shenyang anunciou, na quinta-feira, que sua função hepática piorou.

O governo de Pequim foi muito criticado por grupos de defesa dos direitos humanos pelo tratamento a Liu e por ele ter sido liberado apenas depois do diagnóstico de um câncer em estágio avançado.

As autoridades chinesas alegam que o dissidente foi tratado por grandes oncologistas do país no hospital de Shenyang.

O hospital anunciou esta semana que os médicos deixaram de dar a Liu um anticancerígeno e de tratá-lo com medicina tradicional chinesa, para evitar danificar mais o seu fígado.

Segundo uma carta manuscrita do cunhado de Liu, publicada na sexta-feira no site do estabelecimento, seu tratamento não foi interrompido, mas "ajustado, dada a gravidade da doença e a evolução do tumor".

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