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Médico francês é denunciado por promoção indevida da hidroxicloroquina

Apesar de a ciência não ter demonstrado efeitos benéficos do remédio contra a covid-19, alguns líderes mundiais defendem seu uso

 (Foto/AFP)

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EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de setembro de 2020 às 12h48.

Última atualização em 4 de setembro de 2020 às 12h50.

O médico francês Didier Raoult, mundialmente conhecido como defensor da hidroxicloroquina no tratamento da covid-19, foi denunciado pela Sociedade de Patologia Infecciosa de Língua Francesa (SPILF), que o acusa de uma "promoção indevida do medicamento".

Apesar de a ciência não ter demonstrado os efeitos potencialmente benéficos do remédio contra o novo coronavírus, alguns países e líderes mundiais, como o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, defendem abertamente seu uso.

"Confirmamos que houve uma denúncia ao conselho departamental das Bocas do Ródano do Colégio de Médicos, mas a SPILF não quer se manifestar sobre o assunto enquanto durar o caso", disse uma porta-voz da Sociedade na quinta-feira, dia 3.

Segundo o jornal Le Figaro, a SPILF critica o médico Raoult por promover a hidroxicloroquina "sem que a ciência tenha estabelecido claramente nenhum dado preciso a respeito, o que supõe uma infração das recomendações das autoridades de saúde".

"Nos perguntamos se sua postura tão contundente (...) não contribuiu para prejudicar a mensagem de prevenção na saúde pública" durante a epidemia de covid-19, diz a denúncia feita em julho e citada pelo jornal. Contatado por repórteres, o Instituto Mediterrâneo de Infecções de Marselha, dirigido por Raoult, não se posicionou imediatamente.

A denúncia será, primeiramente, alvo de uma tentativa de conciliação. Caso não haja acordo, será julgada em uma câmara disciplinar. O caso pode durar meses.

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