O mediador da Organização das Nações Unidas, Lakhdar Brahimi: formato se manterá até que Brahimi perceba que as partes chegaram a um ponto de entendimento (Denis Balibouse/Reuters)
Da Redação
Publicado em 10 de fevereiro de 2014 às 10h04.
Genebra - A segunda rodada de negociações de paz para a Síria acontecerá durante os primeiros dias em reuniões bilaterais entre o mediador Lakhdar Brahimi e as delegações que representam o governo e a oposição síria.
A forma de negociar foi proposta nesta manhã às duas partes por Brahimi, confirmou hoje o porta-voz da oposição, Louay Safi, ao sair da primeira reunião que sua delegação teve com o diplomata.
O objetivo do mediador é evitar que a atmosfera das negociações se deteriore ainda mais, após o fracasso da trégua humanitária de três dias definida pelo regime sírio e os grupos rebeldes que atuam na cidade de Homs, e que supostamente regeu de sexta-feira até ontem.
Quando Brahimi observar que há alguma afinidade entre as posições que as delegações lhe expressarem, as convidará a retomar as negociações de forma conjunta, sentadas na mesma sala, relataram à Efe fontes diplomáticas que participam do processo muito de perto.
A ideia inicial é que essa nova fórmula dure os dois ou três primeiros dias desta nova rodada de negociação.
"Brahimi se deu conta de que na primeira rodada não fizemos progresso porque o regime estava aqui para nos fazer perder tempo", declarou Safi aos jornalistas.
O porta-voz opositor considerou que na primeira fase dessas conversas, que aconteceram entre 24 e 31 de janeiro passado, "falou-se de questões irrelevantes" para a discussão.
Safi acrescentou que uma demonstração clara da má vontade do regime em avançar nos diálogos é que, "durante a primeira rodada, os membros mais importantes de sua delegação não participaram de nenhuma reunião".
De fato, o ministro sírio de Relações Exteriores, Walid Muallem, não esteve presente em nenhuma das reuniões que a delegação que lidera com a opositora promoveu durante sete dias.
"Agora Brahimi está tentando ver se consegue tirar algo relevante deles (da delegação do governo)", analisou Safi.
*Atualizada às 11h03 do dia 10/02/2014