Lakhdar Brahimi: ele pedirá a Assad que nomeie uma série de ministros para representar o regime em um eventual governo de transição (Dalati & Nohra/AFP)
Da Redação
Publicado em 24 de dezembro de 2012 às 07h47.
Cairo - O enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, visitou nesta segunda-feira pela terceira vez Damasco, onde está previsto que se reúna com o presidente sírio, Bashar al Assad.
Brahimi, que chegou no domingo à capital síria após uma viagem por terra desde Beirute, apresentará a Assad uma série de propostas dos Estados Unidos e Rússia que buscam encontrar uma saída para o conflito, que começou em março de 2011 e derivou em uma guerra civil.
Durante sua estadia em Damasco, o mediador internacional se reunirá, além de com o presidente sírio, com outros representantes do Governo e com membros da oposição interna.
Segundo fontes diplomáticas consultadas pela Efe, Brahimi pedirá a Assad que nomeie uma série de ministros para representar o regime em um eventual Governo de transição.
Este Executivo incluiria representantes do regime atual e da oposição, como estipula o acordo feito em Genebra pelo Grupo de Ação para a Síria em sua reunião do dia 30 de junho passado.
A citada proposta estabelece também que Assad continue no poder até a segunda metade de 2013, mas sem que tenha direito a se candidatar às próximas eleições presidenciais, previstas para o ano de 2014.
O presidente sírio aceita renunciar a seus poderes, mas rejeita não poder se candidatar, de acordo com as fontes diplomáticas.
Brahimi também tentará que a opositora Coalizão de Coordenação Nacional e outros grupos da oposição interna síria designem seus representantes para o Governo transitório.
Mais difícil será lidar com a Coalizão Nacional de Forças da Revolução e a Oposição Síria (CNFROS), que rejeita participar de um gabinete junto com o regime e apoia a via militar para conseguir a queda de Assad.
O mediador internacional visita pela terceira vez Síria desde que assumiu o posto no começo de setembro, em substituição do ex-secretário geral da ONU Kofi Annan.