Imagem de arquivo de Theresa May: primeira-ministra retorna ao Parlamento de Westminster após a reunião de cúpula europeia que aprovou o acordo de saída do Reino Unido da UE (Matt Dunham/Reuters)
AFP
Publicado em 26 de novembro de 2018 às 06h40.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, reunirá seu gabinete nesta segunda-feira e informará o Parlamento sobre o acordo do Brexit alcançado com a União Europeia (UE), ao mesmo tempo que tenta convencer um país cético.
May retorna ao Parlamento de Westminster após a reunião de cúpula europeia que aprovou o acordo de saída do Reino Unido da UE. Ela pretende reafirmar seu "absoluto convencimento de que não há melhor acordo possível" e pedir aos deputados que apoiem o texto em nome do interesse nacional.
"Podemos respaldar este acordo, cumprir com o que foi votado no referendo e começar a construir um futuro mais brilhante", afirmará May na Câmara dos Comuns, de acordo com trechos de seu discurso divulgados por Downing Street.
"Ou esta câmara pode optar por rejeitar o acordo e voltar ao bloco de largada", pretende advertir a chefe de Governo, o que "abriria a porta para mais divisão e mais incerteza, com todos os riscos que isto representa".
O acordo aprovado no domingo prepara o caminho para a saída britânica da UE em 29 de março de 2019 e apresenta um enfoque para manter "uma cooperação o mais estreita possível".
Aborda tanto questões financeiras como direitos dos cidadãos, a manutenção da fronteira aberta entre Irlanda e a província britânica da Irlanda do Norte e os dispositivos para a fase de transição pós-Brexit, de 21 meses de duração.
O gigantesco texto de divórcio é acompanhado por uma breve declaração política que estabelece as bases da futura relação, incluindo questões de segurança, comerciais e migratórias.
Mas até que o acordo seja aprovado pelo Parlamento britânico e a Eurocâmara, as partes temem a possibilidade de que o Reino Unido abandone o bloco europeu sem um acordo em vigor.
Uma fonte europeia declarou à AFP que a própria May reconheceu no domingo em Bruxelas que no momento não possui maioria parlamentar para aprovar o acordo, mas que advertiu os deputados rebeldes de seu partido que pelo menos metade deles poderiam perder suas cadeiras nas próximas eleições caso o texto não avance no Parlamento.