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May e Trudeau se reúnem para discutir equidade de gênero

ÀS SETE - Os líderes do Reino Unido e Canadá devem focar nos valores democráticos e nas estratégias para garantir um futuro aos cidadãos dos dois países

May: a reunião ocorre após polêmicas do Reino Unido sobre questões climáticas e avanços pouco significativos na renegociação do NAFTA (Peter Nicholls/Reuters)

May: a reunião ocorre após polêmicas do Reino Unido sobre questões climáticas e avanços pouco significativos na renegociação do NAFTA (Peter Nicholls/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2017 às 06h14.

Última atualização em 18 de setembro de 2017 às 08h04.

É praticamente inédito: dois líderes de grandes potências vão fazer uma reunião bilateral e um dos temas da pauta é como avançar na equidade de gênero. O encontro é entre a primeira-ministra britânica, Theresa May, e o primeiro-ministro declaradamente feminista Justin Trudeau, do Canadá.

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Nesta segunda-feira, as conversas devem focar nos valores democráticos compartilhados e nas estratégias para garantir um futuro próspero para os cidadãos dos dois países.

A reunião ocorre após polêmicas do Reino Unido sobre questões climáticas e avanços pouco significativos na renegociação do NAFTA, acordo comercial com Estados Unidos e México, no início deste mês.

Dentre os países do G20, o Canadá é o país mais avançado no ranking Women Leaders Index, com 46,4% dos cargos do funcionalismo público sendo ocupados por mulheres.

O Reino Unido fica em quarto, com 40,1%, atrás de Austrália e África do Sul. O Brasil é o quinto, com 37,8%. Porém, entre os pares europeus, o Reino Unido está bem atrasado. Num ranking próprio da União Europeia, é o 16º colocado dentre os 28 países.

Já Trudeau é um ativista do assunto. O primeiro-ministro tem atuado junto da ONU Mulheres em diversas campanhas, como por igualdade salarial, e é integrante do movimento HeForShe.

Além disso, o país está avançado em outras lutas de gênero e, desde o dia 31 de agosto, os cidadãos canadenses podem marcar a categoria “gênero neutro” em seus passaportes, sem a necessidade de se identificar com o sexo masculino ou feminino.

May poderia contribuir com o aprofundamento das discussões sobre mudanças climáticas – que está na pauta da reunião –, já que o Reino Unido é referência em pesquisas ambientais.

Porém, na quarta passada, no documento pós-Brexit que o país divulgou sobre os direcionamentos à política externa, não há uma palavra sequer sobre clima – numa direção oposta ao posicionamento recente da União Europeia, que considerou o assunto prioridade. Ambientalistas ficaram receosos que o país esteja indo na mesma direção que os Estados Unidos.

O Canadá tem certo poder de barganha: o Reino Unido é o principal destino turístico dos canadenses, o comércio entre os dois países soma mais de 25 bilhões de dólares anuais, e milhões de canadenses declaram ter ascendência britânica.

Para o Canadá, reforçar as relações é fundamental, já que o país está vendo avançar a passos lentos a renovação de suas possibilidades de negócios com os americanos. Trazer o Reino Unido para perto – inclusive ideologicamente – é nada menos que estratégico.

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