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May diz que "não é o momento" para novo referendo na Escócia

A premiê afirmou que seria "injusto" convocar uma consulta antes de serem revelados os termos da futura relação que o Reino Unido terá com a UE

Theresa May: a premiê não se pronunciou sobre se descartaria este novo referendo no futuro (Toby Melville/Reuters)

Theresa May: a premiê não se pronunciou sobre se descartaria este novo referendo no futuro (Toby Melville/Reuters)

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EFE

Publicado em 16 de março de 2017 às 11h41.

Londres - A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse nesta quinta-feira que este "não é o momento" de realizar um segundo referendo sobre a independência da Escócia, quando o Reino Unido está perto de ativar o "Brexit", a saída da UE.

Em entrevista à "BBC", May afirmou que seria "injusto" convocar uma consulta antes de serem revelados os termos da futura relação que o Reino Unido terá com a UE.

A "premier", que não se pronunciou sobre se descartaria este novo referendo no futuro, fez estas declarações depois que a ministra principal escocesa, Nicola Sturgeon, anunciou que impulsionaria a legislação para convocar outro referendo sobre a independência da Escócia em 2018 ou 2019.

"Neste momento deveríamos estar trabalhando juntos, não separados", afirmou May, poucos dias antes de o Partido Nacionalista Escocês (SNP), de Sturgeon, celebrar no fim de semana seu congresso de primavera.

"Deveríamos estar trabalhando juntos para obter o melhor acordo para a Escócia, o acordo adequado para o Reino Unido (...) pois é meu trabalho como primeira-ministra e por esta razão digo ao SNP: este não é o momento", insistiu a política conservadora.

Sturgeon quer uma consulta sobre a independência por considerar que o governo britânico não defende os interesses da Escócia e porque May tem intenção de tirar o Reino Unido do mercado único europeu, fato que gera controvérsias, já que os escoceses são contra.

A primeira-ministra britânica, que espera ativar o "Brexit" no final de mês, acrescentou que o país deve centrar "todas suas energias" em "nossas negociações com a União Europeia sobre a futura relação" com o bloco.

May acrescentou que pensar em um novo referendo da independência faz "ser mais difícil obter o acordo correto para a Escócia e o acordo adequado para o Reino Unido".

Sturgeon anunciou na segunda-feira que pedirá ao governo britânico uma ordem para que o parlamento escocês legisle a realização de um segundo referendo entre o outono de 2018 e a primavera de 2019, quando já espera que se conheçam os termos do "Brexit".

O ex-líder do SNP e atual deputado no parlamento de Westminster, Alex Salmond, defendeu a decisão de Sturgeon de convocar um referendo, por considerar que foi escolhida em 2016 com essa promessa em seu manifesto eleitoral.

Além disso, Sturgeon é a favor da consulta -após a primeira de 2014, em que os escoceses rejeitaram a cisão- ao considerar que May não escutou os interesses da Escócia.

May pode ativar o "Brexit" quando decidir, depois que a lei que autoriza foi sancionada hoje pela rainha Elizabeth II, chefe de Estado britânica.

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