Theresa May: a primeira-ministra explica que a quantia é para oferecer apoio imediato às vítimas (Carl Court - WPA Pool/Getty Images/Getty Images)
EFE
Publicado em 16 de junho de 2017 às 15h38.
Última atualização em 16 de junho de 2017 às 22h09.
Londres - A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou nesta sexta-feira que destinará mais 5 milhões de libras (cerca de 5,7 milhões de euros) para prestar assistência emergencial às vítimas do incêndio de quarta-feira em um edifício de 24 andares de Londres.
O escritório oficial, no 10 de Downing Street, disse que a líder conservadora comunicou esta decisão quando visitou hoje alguns dos feridos, após ser criticada por não ter se reunido com as vítimas ontem.
Em um comunicado, May explica que essa quantidade é para "oferecer apoio imediato às vítimas para cuidar de si mesmas e de seus entes queridos" e se compromete a analisar "o que mais faz falta".
"Todos os afetados por esta tragédia devem saber que o Governo está aqui para dar assistência neste terrível momento, e isso é o que vou fazer", afirma na nota a chefe de Gabinete, que previamente visitou alguns dos atingidos por esta tragédia em uma igreja local.
A rainha Elizabeth II e seu neto e segundo na linha de sucessão, o príncipe William, foram também hoje ao local do fato, no oeste da capital, onde conversaram com residentes e voluntários que atendem os afetados.
Ao visitar a igreja de Saint Clement, perto torre Grenfell, May foi recebida com gritos de protesto da multidão, que a chamou de "covarde" por ter evitado os moradores no dia anterior, quando só se encontrou com os serviços de emergência.
Numerosos polícias continham os indignados moradores reunidos fora do templo, com cartazes nos que pediam a renúncia da primeira-ministra conservadora.
Dezenas de pessoas se manifestam hoje perante a Câmara municipal de Kensington e Chelsea, encarregada da manutenção do bloco de proteção municipal onde na quarta-feira foi declarado um incêndio que deixou pelo menos 30 mortos.
Os participantes pedem respostas à Câmara de maioria conservadora, que é acusada de ter ignorado durante anos as queixas sobre as insuficientes medidas contra incêndios do edifício de 120 apartamentos e também de não atender adequadamente os sobreviventes.
Construído em 1974, a fachada do bloco, com 120 apartamentos e no qual viviam entre 400 e 600 pessoas, foi reformada em 2016 com um revestimento exterior que, segundo o jornal "The Guardian", era a opção mais barata e "inflamável".
May encarregou uma investigação judicial para determinar as causas do incêndio e possíveis responsabilidades, enquanto a polícia advertiu que pode haver dezenas de vítimas a mais, muitas das quais não poderão sequer ser identificadas.
Ainda que responsável do edifício, a Câmara municipal do distrito de Kensington e Chelsea terceirizava a manutenção e gestão dos edifícios a administradores prediais, e neste caso a responsável pela mesma era a Organização de gestão de residentes de Kensington e Chelsea.