Theresa May: compromisso duramente conquistado pela premiê pode ainda fracassar com negociadores da UE (Wolfgang Rattay/Reuters)
Reuters
Publicado em 6 de julho de 2018 às 18h41.
Londres - A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, assegurou um acordo dentro de seu governo nesta sexta-feira para seus planos de deixar a União Europeia, superando rixas entre seus ministros para conseguir apoio para uma proposta "amigável aos negócios" com objetivo de impulsionar as negociações do Brexit.
Após uma reunião de várias horas em Chequers, sua casa de campo, May pareceu ter persuadido os mais vocais defensores do Brexit em seu gabinete a apoiarem seu plano de pressionar por "uma área de livre comércio para bens" com a União Europeia.
A proposta aceita --que também diz que o grande setor de serviços do Reino Unido não terá os níveis atuais de acesso a mercados da UE-- não virá rápido o suficiente para Bruxelas, que tem pressionado May por uma visão detalhada dos futuros laços.
Mas o compromisso duramente conquistado pode ainda fracassar com negociadores da UE.
Ao se comprometer também em encerrar o fluxo livre de pessoas, a supremacia da corte europeia e "vastos" pagamentos ao bloco, May pode ser acusada de escolher somente o que convém dentro da UE por autoridades de Bruxelas, que estão determinadas em mandar um forte sinal para outros países não seguirem os passos do Reino Unido.
Por ora, May, que tem sido alvo de críticos regularmente desde que perdeu a maioria parlamentar do Partido Conservador em uma eleição imprudente no ano passado, será impulsionada pelo acordo.
"Hoje, em discussões detalhadas do gabinete, nós concordamos sobre nossa posição coletiva para o futuro de nossas negociações com a UE", disse May em uma declaração. "Agora nós devemos todos seguir para negociar nossa proposta com a UE para entregar o próspero e seguro futuro que todo nosso povo merece."
Em um documento destacando a posição do governo, ministros disseram que tinham concordado que uma proposta anterior feita à UE "precisava evoluir para fornecer uma base precisa, responsável e crível para negociações em andamento".
Ao invés disto, eles concordaram em negociar por uma "área de livre comércio para bens", uma que faria o Reino Unido ter um "livro de regras comum para todos os bens" em um território aduaneiro combinado. Isto permitiria ao Reino Unido estabelecer suas próprias tarifas de importação e fechar novos acordos de livre comércio.
Eles também concordaram que o Parlamento terá o poder de decidir se irá seguir regras e regulações da UE no futuro, e o governo irá aumentar os preparativos para a eventualidade de uma saída "sem acordo".