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May acusa partido da Escócia de sacrificar país com independência

Primeira-ministra britânica disse aos conservadores escoceses que irá conduzir o Reino Unido como um todo para fora da União Europeia

Theresa May: "um nacionalismo de visão afunilada, que só foca na independência a qualquer custo, desvaloriza a Escócia" (Francois Lenoir/Reuters)

Theresa May: "um nacionalismo de visão afunilada, que só foca na independência a qualquer custo, desvaloriza a Escócia" (Francois Lenoir/Reuters)

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Reuters

Publicado em 3 de março de 2017 às 11h56.

Glasgow - A primeira-ministra britânica, Theresa May, desferiu um ataque ao partido governista da Escócia nesta sexta-feira, acusando nacionalistas de sacrificarem não somente o Reino Unido, mas seu próprio país com sua "obsessão" de conquistar a independência.

Em uma crítica contundente ao Partido Nacional Escocês (SNP, na sigla em inglês), May disse aos conservadores escoceses que irá conduzir o Reino Unido como um todo para fora da União Europeia.

O SNP da primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, intensificou seus clamores por um segundo referendo separatista, dizendo que a "absoluta intransigência" de May nas conversas sobre o processo de separação da UE, o chamado Brexit, pode expulsar a Escócia, que votou pela permanência no bloco, do mercado comum da UE e acabar com a imigração.

"Todos nós sabemos que o SNP nunca irá parar de deformar a verdade e distorcer a realidade em sua tentativa de denegrir nosso Reino Unido e levar adiante sua obsessão com a independência", disse May durante uma conferência do Partido Conservador Escocês em Glasgow.

"Um nacionalismo de visão afunilada, que só foca na independência a qualquer custo, desvaloriza a Escócia".

Seu discurso, um dos mais duros que fez à Escócia desde que se tornou premiê, na esteira do referendo que decidiu a desfiliação britânica da UE em junho, foi uma maneira de mostrar a Edimburgo que está determinada a manter o Reino Unido coeso durante seu governo.

Suas palavras sem dúvida irão alimentar as tensões entre Londres e os nacionalistas de Sturgeon, que dizem que seu país deveria ter a chance de decidir seu futuro porque, ao contrário da Inglaterra e do País de Gales, votou para continuar na UE e quer um acordo separado com Bruxelas.

Apesar da oposição de May a um segundo referendo, porém, não está claro se ela realmente o impediria caso o governo escocês o convocasse.

Os escoceses votaram contra a independência em 2014, e pesquisas de opinião mostram que, embora mais pessoas agora possam votar a favor, os nacionalistas ainda carecem de uma maioria.

Fontes próximas de Edimburgo disseram à Reuters na semana passada que o governo está cada vez mais confiante de que pode vencer um novo referendo e que cogita convocá-lo no ano que vem.

Michael Russell, o ministro escocês do Brexit, escreveu no Twitter: "O exemplo mais escandaloso de 'visão afunilada' no Reino Unido hoje é a obsessão dos tory (conservadores) com a imigração que está conduzindo o processo desastroso do Brexit".

May rejeitou os temores de Sturgeon de que Londres possa usar o Brexit como desculpa para retomar os poderes de seu governo em Edimburgo.

"Como tenho deixado claro repetidamente, nenhuma decisão atualmente tomada pelo Parlamento escocês será removida deles", disse May, depois de o SNP levantar temores de que Londres poderia tomar decisões sobre a indústria da pesca e política agrícola, áreas que o governo pode buscar um acordo nas conversas com a União Europeia.

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