James Mattis: o americano ressaltou o consenso na reunião de Bruxelas (Ed Jones/Pool/Reuters)
EFE
Publicado em 17 de fevereiro de 2017 às 14h55.
Berlim - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, advertiu nesta sexta-feira sobre a crescente instabilidade e as ameaças em torno da Otan, apostou em reforçar seu flanco sul e insistiu que é "justo" que seu país peça aos aliados que aumentem seus investimentos em defesa.
Em discurso na inauguração da Conferência de Segurança de Munique, após ter se reunido com os ministros da Defesa aliados em Bruxelas, Mattis ressaltou que o presidente americano, Donald Trump, ratificou seu "total apoio" à Otan e espera que seus membros "se adaptem à situação estratégica atual para que (a Aliança) continue sendo crível, competente e relevante".
"É justo pedir que quem se beneficia da melhor aliança do mundo assuma sua parte proporcional dos custos necessários para defender nossas liberdades", afirmou.
Após a ministra alemã Ursula von der Leyen advertir em discurso prévio que o artigo 5 da Otan é "impagável" e exige responder por outro quando um aliado tem problemas, Mattis opinou que o artigo define os "alicerces" da Aliança.
O americano ressaltou o consenso na reunião de Bruxelas: "Como guardiões de nossas nações e sentinelas perante novas ameaças, todos vemos a nossa comunidade de nações sob a ameaça de múltiplas frentes, ao se construir um arco de instabilidade na periferia da Otan e além"
Mattis apoiou as melhorias nas capacidades de defesa europeias, convencido de que a segurança dos EUA está unida à da Europa e se reforçam mutuamente, e insistiu na necessidade de adaptar a Aliança, dando passos adiante e reforçando o flanco sul, o Mediterrâneo e as fronteiras da Turquia.
Neste contexto, o americano também lembrou o recente desdobramento de tropas americanas na Polônia, Romênia, Bulgária, Letônia, Lituânia e Estônia e a decisão de seu país de assumir, como a Alemanha, o Reino Unido e o Canadá, a liderança de um dos quatro batalhões da Otan lotados no flanco oriental.
Mattis se mostrou confiante que os aliados darão os passos necessários para cumprir com seus compromissos e assumir suas responsabilidades como membros da Otan, "nossa principal força frente a instabilidade e a violência".