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Mattarella faz últimas consultas para tentar formar governo na Itália

O presidente italiano, Sergio Mattarella, recebe pela última vez políticos de vários partidos em seu gabinete para discutir a formação do governo

Mattarella: os políticos estão negociando a formação do governo desde março (Tony Gentile/Reuters)

Mattarella: os políticos estão negociando a formação do governo desde março (Tony Gentile/Reuters)

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AFP

Publicado em 7 de maio de 2018 às 10h26.

As forças políticas italianas visitaram pela última vez nesta segunda-feira o gabinete do presidente da República, Sergio Mattarella, que ameaça nomear um governo técnico enquanto nenhuma maioria política se desenha, dois meses após as eleições legislativas.

Após dois meses de negociações, as posições expressas esta manhã parecem confirmar o impasse entre a coalizão de direita, que ficou em primeiro lugar com 37% dos votos e que é liderada pela Liga (extrema direita), o Movimento 5 Estrelas (M5S, antissistema), primeiro partido com mais de 32%, e o Partido Democrata (PD, centro esquerda), que caiu para 19%.

Luigi Di Maio, líder do M5S, disse estar pronto para desistir do cargo de chefe de Governo para promover um acordo com a Liga.

"Estou disposto a escolher um outro primeiro-ministro que faria um contrato de governo (com o a Liga) com três elementos imperativos: uma lei anti-corrupção séria, o estabelecimento da renda cidadã (carro-chefe do M5S) e a abolição da lei Fornero", a fim de diminuir a idade de aposentadoria, declarou Di Maio.

Ele assegurou que o M5S se recusa a apoiar um governo técnico que estaria "lá apenas para fechar contas". Se nenhuma maioria for acertada, "precisaremos voltar às urnas", disse ele.

O líder da Liga, Matteo Salvini, que também tenta evitar um governo técnico, disse que estava pronto, após o encontro com Mattarella, para "dar vida a um governo que começaria a resolver os problemas do país".

A coalizão pretende criar um governo minoritário, garantindo que pode encontrar nas fileiras de outras formações as dezenas de autoridades eleitas que faltam para obter a confiança no Parlamento.

De acordo com a imprensa italiana, é improvável que o chefe de Estado dê a Salvini o mandato de formar um governo sem a certeza de que ele tem uma maioria parlamentar.

Governo técnico

O presidente italiano se prepara para nomear um governo técnico no modelo daquele do economista Mario Monti (2011-2013). Ele seria encarregado de administrar o país, dando-lhe a voz que perdeu nos últimos meses no cenário internacional e mantendo-o pelo menos até que o orçamento seja adotado.

Mattarella quer confiar a administração do país a uma personalidade neutra, mas competente, talvez uma mulher. A imprensa se perde em conjeturas e nomes, todos desconhecidos do público em geral, sem que nenhum deles se destaque no momento.

O líder interino do PD, Maurizio Martina, recebido no final da manhã, disse que seu partido apoiaria a iniciativa do presidente.

Mas Di Maio advertiu no domingo que tal governo não teria "votos suficientes" no Parlamento.

O presidente "não tem muitas opções", observa Lina Palmerini, especialista em política do jornal Il Sole 24 Ore. "Se o Parlamento rejeitar o governo do presidente, a situação será muito difícil".

De acordo com Lorenzo Pregliasco, co-fundador da agência Quorum/YouTrend, "de acordo com as pesquisas, é improvável que novas eleições alterem o equilíbrio de poder. E fizemos simulações com outros sistemas eleitorais como o da Espanha: ninguém teria a maioria".

 

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