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Massacres em escolas motivam professores a aprender a atirar

A tragédia da pequena cidade de Newtown, onde um jovem matou seis adultos e 20 crianças de 6 e 7 anos no colégio Sandy Hook, foi o estopim para os educadores


	Apesar das medidas aprovadas por Barack Obama para um maior controle de armas, os professores da Flórida não parecem dispostos a esperar
 (George Frey/Getty Images)

Apesar das medidas aprovadas por Barack Obama para um maior controle de armas, os professores da Flórida não parecem dispostos a esperar (George Frey/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2013 às 08h06.

Miami - O recente massacre em uma escola dos Estados Unidos e a polêmica do controle de armas no país motivaram centenas de professores da Flórida a aprender a usar armas de fogo ou ao menos mostrar interesse em ter aulas de tiro.

A tragédia da pequena cidade de Newtown (Connecticut), onde um jovem matou seis adultos e 20 crianças de 6 e 7 anos no colégio Sandy Hook, foi o estopim para que vários professores do estado decidissem aprender a usar pistolas.

"Os professores têm muito medo e por isso entram em contato conosco", explicou à Agência Efe Lenny Bogdanos, instrutor de tiro da empresa de segurança International Executive Protection, localizada em Oak Grove, no litoral oeste da Flórida.

Até agora, a empresa instruiu para o uso de pistola gratuitamente mais de 200 professores do condado de Pinellas, mas recebe diariamente centenas de e-mails de professores de outras áreas do estado, mostrando interesse por receber aulas de tiro.

"Recebemos centenas e centenas de e-mails diariamente de professores do estado que querem aprender a tirar com pistola", ressaltou Bogdanos.

Para o instrutor, as aulas de tiro com pistola (de quatro horas de duração) são muito positivas para os professores, já que os ajudariam a superar o medo e aumentar o autocontrole em situações de risco.

"Se você educa as pessoas no uso de armas de fogo, esse conhecimento depois se transforma em poder porque anulam o medo e ganham confiança. Quando as pessoas têm confiança, ficam mais consciente de seu entorno e sabem o que fazer em uma situação extrema, como conduzi-la", explicou.

"É como nadar. Se você não sabe nadar, tem medo", comparou o profissional do tiro.


Os repetidos massacres em escolas americanas exauriram e indignaram a sociedade e geraram um movimento a favor de um controle maior de armas para evitar tragédias semelhantes à de Columbine - onde 13 pessoas foram mortas e 23 foram feridas por dois estudantes que depois se suicidaram - e a mais recente, de Newtown.

Apesar das medidas aprovadas em janeiro pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para um maior controle de armas e para reforçar a segurança nas escolas, os professores da Flórida não parecem dispostos a esperar.

De fato, o interesse dos educadores da Flórida em aprender a atirar aumentou tanto, que a International Executive Protection aproveitou para oferecer-lhes instrução gratuita de manejo e tiro com pistola.

No entanto, Bogdanos esclareceu que sua empresa não defende que os professores portem armas de fogo nos colégios, embora opine que "os colégios, crianças e professores, devem ser protegidos com guardas armados".

"Simplesmente apoiamos os professores e lhes oferecemos de graça um curso de instrução no manejo de pistolas", disse.

A Flórida é um dos estados americanos onde as armas geram mais fascínio na população, especialmente as submetralhadoras. Não por acaso, foi o primeiro estado a superar o milhão de armas registradas nos EUA.

Segundo os dados do Departamento de Agricultura do estado, no final de novembro de 2012 havia na Flórida 182.010 titulares de porte de arma entre 18 e 35 anos; 267.223 entre 36 e 50 anos; 324.740 entre 51 e 65 anos e 219.189 mais velhos.

A superação de um milhão de armas registradas aconteceu logo depois que o jovem Adam Lanza, de 20 anos, matou a própria mãe com armas que ela mesma colecionava e guardava em casa.

Lanza foi em seguida à escola de Newtown onde sua mãe trabalhava, perpetrou o massacre e em seguida se suicidou. EFE

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