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Marta: PT terá de `suar a camisa´ para conquistar votos

Senadora eleita em SP diz que eleitorado que deixou de votar na Dilma quer saber mais sobre a candidata

A senadora do PT eleita em São Paulo, Marta Suplicy (Julian Marques)

A senadora do PT eleita em São Paulo, Marta Suplicy (Julian Marques)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.

São Paulo - A senadora eleita Marta Suplicy (PT) disse hoje que o PT vai ter que "suar a camisa" para buscar os votos que a candidata do partido à Presidência, Dilma Rousseff (PT), perdeu para Marina Silva (PV) no primeiro turno.

Em entrevista concedida à Rádio CBN, Marta atribuiu a realização do segundo turno a uma série de "ruídos" que levantaram dúvidas sobre seu posicionamento em algumas questões, como no caso do aborto. Os casos envolvendo a quebra de sigilo de tucanos e familiares de seu principal adversário, José Serra (PSDB), as denúncias de corrupção envolvendo a ex-ministra-chefe da Casa Civil Erenice Guerra e as críticas do presidente Lula direcionadas à imprensa também foram mencionados pela senadora eleita.

"Você percebe que teve uma parcela da população que estava com a Dilma, mas não era um voto tão consolidado. Estavam ali porque estavam gostando do governo Lula e acreditavam que ela poderia continuar e melhorar", afirmou. "Essa parcela tirou o pé e falou: 'bom, eu quero saber mais dela'. E o interessante é que essa parcela não foi pro Serra, porque o rejeita. Foi pra Marina que é uma pessoa do bem e falou coisas sensatas", disse Marta.

Para a senadora eleita, esses votos perdidos para Marina devem voltar para Dilma a partir do momento em que a petista deixar suas opiniões mais claras e adotar posicionamentos de forma mais contundente. Ela se referia principalmente ao votos dos católicos e evangélicos. "Acho que esses votos voltam para ela. Acho que ela tem que tornar muito claras suas posições, propor coisas muito concretas e discutir projetos de Brasil. As pessoas vão querer saber muito mais profundamente o que ela quer, o que ela vai fazer e quem é ela", disse.


Marta reconheceu ainda que o PT também terá de mudar sua postura durante a campanha para o segundo turno. Para ela, o partido teve uma postura "arrogante" e esperava liquidar a eleição presidencial no primeiro turno. "É uma questão de bom senso, de a gente sair do salto alto. Acho que fomos um pouquinhos arrogantes achando que iríamos ganhar no primeiro turno. Eu achei, também tinha certeza de que iríamos ganhar no primeiro turno, mas acho que nós chegamos lá", disse.

Humildade

Marta pregou humildade por parte de Dilma e disse que o PT terá de "estender a mão" para conquistar os votos perdidos. "O que está em disputa é o voto que migrou. Vamos ter que trazê-lo. Ele não é do Serra porque não foi pro Serra. É um estender de mão, no sentido de dizer, 'olha, você quer me conhecer melhor, vou aprofundar o que você quer saber'. Acho que a campanha Dilma, os dirigentes e os candidatos eleitos entenderam isso, e Dilma vai se posicionar com clareza e se deixar conhecer melhor."

Marta disse que, em São Paulo, Dilma chegou a estar 12 pontos porcentuais à frente de Serra, de acordo com as pesquisas de intenção de voto, mas a vantagem foi reduzida a 5 pontos porcentuais e, nas eleições, acabou sendo invertida, com 3 pontos porcentuais favoráveis ao tucano.

Ela disse que irá se dedicar inteiramente a reverter esse quadro durante as próximas quatro semanas. "Não são muitos votos à frente, mas são votos, e agora vamos ter que suar a camisa para mostrar que nós temos condições de fazer a continuação de um governo ainda melhor do que foi o do presidente Lula", afirmou.

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