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Marinha líbia ataca navio com petróleo de porto rebelde

Segundo porta-voz dos militares, embarcações italianas estão ajudando a proteger o navio agora estacionário

Rebeldes montam guarda em frente ao terminal de exportação Es Sider, onde um navio com bandeira da Coreia do Norte estava ancorado, em Ras Lanuf, Líbia  (Esam Omran Al-Fetori/Reuters)

Rebeldes montam guarda em frente ao terminal de exportação Es Sider, onde um navio com bandeira da Coreia do Norte estava ancorado, em Ras Lanuf, Líbia (Esam Omran Al-Fetori/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de março de 2014 às 16h56.

Trípoli/Es Sider - A Marinha líbia abriu fogo nesta terça-feira contra um navio-tanque que partia com petróleo de um porto dominado por rebeldes no sul do país, e embarcações italianas estão ajudando a proteger o navio agora estacionário, disse um porta-voz dos militares da Líbia.

O Parlamento local depôs o primeiro-ministro Ali Zeidan no início da terça, depois de o navio-tanque ter escapado das forças do governo, relataram autoridades.

A saída de Zeidan aprofunda o caos no país norte-africano e membro da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), onde o governo tem sofrido para conter as milícias que ajudaram a depor Muammar Gaddafi em 2011 e agora desafiam a autoridade.

Zeidan, um liberal enfraquecido por meses de disputas internas com islamistas, será substituído temporariamente pelo ministro da Defesa, Abdallah al-Thinni, disse o porta-voz parlamentar Omar Hmeidan aos repórteres.

Os parlamentares disseram ter recusado um voto de confiança ao premiê depois que o navio-tanque conseguiu partir do porto de Es Sider carregado de petróleo e seguiu para águas internacionais.

O navio estava mais ao leste de Es Sider quando foi atacado, disse Walid al-Tarhouni, porta-voz da força de segurança do petróleo da Líbia, à TV Al-Nabaa, acrescentando que a princípio o navio partiu com tempo ruim.

No final da segunda-feira, Zeidan disse, em entrevista à Reuters, que a Marinha e milícias aliadas haviam detido o navio e o estavam escoltando a um porto controlado pelo governo no oeste líbio.

Há meses ele enfrentava uma oposição crescente dos islamistas e do público em geral, que o culpam pela transição acidentada da Líbia desde a revolta de 2011, que teve apoio da Otan.

"O governo vem enfraquecendo há algum tempo, e precisamos de uma nova personalidade", afirmou Al-Sharif al-Wafi, um legislador independente. Um novo primeiro-ministro será eleito por parlamentares dentro de duas semanas, disse.

No sábado, Zeidan havia dito que a Marinha iria bombardear o navio-tanque se ele tentasse sair do porto, um dos três ocupados pelos rebeldes, que exigem uma parcela maior da riqueza do petróleo e do poder.

Em mais um sinal preocupante para o governo de Trípoli, atiradores rebeldes bloquearam o portão de acesso de uma base áerea em Sirte, cidade localizada próxima de Es Sider.

Moradores relataram embates de tarde entre forças pró-governo e rebeldes na cidade costeira.

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