Para Marina, não há mais como reformar o atual modelo de política brasileira (Creative Commons)
Da Redação
Publicado em 7 de julho de 2011 às 19h14.
São Paulo - A crise envolvendo o PR dentro do Ministério dos Transportes foi um dos temas mais mencionados durante o evento que marcou a saída da ex-senadora Marina Silva e de seus aliados do PV. A ex-candidata à Presidência da República afirmou estar pronta para apoiar a presidente Dilma Rousseff no veto ao projeto do Código Florestal que tramita no Senado e disse esperar que a presidente consiga "resistir" às práticas do que ela chama de "velha política". Para Marina, não há mais como reformar o atual modelo de política brasileira, e sim reinventá-lo. "Remendar é muito pouco para o tamanho do problema que estamos vivendo no Brasil", disse Marina Silva, na tarde de hoje.
Para anunciar sua desfiliação do PV, Marina convocou uma plenária com simpatizantes e apoiadores de sua campanha à Presidência e com aliados que deixam a legenda para criar um movimento suprapartidário em prol do verde e da cidadania. Durante o evento, o ex-presidente do diretório estadual do PV em São Paulo Maurício Brusadin afirmou que os partidos vivem hoje a decadência e não atendem mais às demandas da sociedade. "E o PV não é diferente disso", comparou. "Reconhecemos que o PV, assim como a maioria dos partidos, se divorciaram de vez da sociedade" completou o ex-candidato ao Senado por São Paulo Ricardo Young.
Brusadin colocou a sua antiga legenda no mesmo status do PR e criticou o partido do ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento por reclamar de sua demissão da pasta. "Eles não têm vergonha de dizer isso", criticou. O PR também foi alvo de críticas de Young. "Não podemos mais transigir com isso."
Em seu discurso, Marina citou o escândalo envolvendo o PR como exemplo de algo que não pode mais ser tolerado na sociedade. "Não podemos negar a tristeza com a política", lamentou a ex-senadora. "Os partidos continuam sendo importantes, mas não podemos fechar os olhos para seus desvios."
A ex-senadora destacou que pretende ajudar Dilma nas discussões no Congresso sobre o novo Código Florestal. Ela lembrou que a presidente assumiu compromisso na campanha de não aprovar nenhum texto que favoreça o desmatamento e, ao ser questionada se estaria otimista em relação ao veto do projeto, Marina desconversou. "Não estou nem otimista nem pessimista. Estou persistente."