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María Corina Machado rechaça novas eleições e oferece atas da oposição para revisão

Líder da oposiçao na Venezuela disse que o resultado das eleições de 28 de julho e a soberania popular não são negociáveis

A líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado agita uma bandeira nacional durante uma manifestação para protestar contra os resultados das eleições presidenciais, em Caracas, em 3 de agosto de 2024. Depois de passar vários dias escondida, a líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado compareceu a um comício com milhares de manifestantes, acompanhada por vários líderes da oposição, mas não por seu candidato presidencial Edmundo Gonzalez Urrutia (Federico PARRA/AFP)

A líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado agita uma bandeira nacional durante uma manifestação para protestar contra os resultados das eleições presidenciais, em Caracas, em 3 de agosto de 2024. Depois de passar vários dias escondida, a líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado compareceu a um comício com milhares de manifestantes, acompanhada por vários líderes da oposição, mas não por seu candidato presidencial Edmundo Gonzalez Urrutia (Federico PARRA/AFP)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 11 de agosto de 2024 às 10h28.

Última atualização em 11 de agosto de 2024 às 10h37.

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A líder opositora venezuelana María Corina Machado rechaçou a possibilidade da realização de novas eleições e ofereceu as atas eleitorais em poder da oposição a quem as queira revisar, segundo destacou em entrevista publicada neste domingo pelo jornal espanhol “El País”.

Machado frisou que o resultado das eleições presidenciais de 28 de julho “não é negociável” nem a “soberania popular” que, segundo afirma, deu seu apoio majoritário ao candidato da oposição, Edmundo González Urrutia.

"Na cabeça de quem se pode realizar outra eleição? Aqui já houve uma, nos termos do regime, com uma campanha absolutamente desigual. Fomos sob seus termos, com suas máquinas, com suas atas... As atas que temos são documentos oficiais (...) o mundo sabe que arrasamos”, assegurou a opositora venezuelana.

Nesta linha, ressaltou que “o desafio é fazer com que [o presidente Nicolás] Maduro entenda que sua melhor opção é aceitar os termos de uma transição negociada”, solução com a qual “muitos países, muitos governos estão alinhados”.

“Acredito que é uma posição que une todos os países do mundo quando dizem que devemos ter uma verificação imparcial das atas”, afirmou, acrescentando que as que estão nas mãos da oposição “estão à disposição para que, quem quiser analisá-las, verificá-las, possa fazê-lo", lembrando que para isso dispõem de uma "base de dados aberta".

Na opinião da opositora, “já podemos falar de transição”, mas não tanto “de negociação”.

“Para que haja negociação é preciso que ambas as partes queiram. Estamos decididos, com quatro condições. Primeiro, uma negociação que se baseie no respeito pela soberania popular do 28 de julho”, declarou.

“É uma negociação para a transição, não para a partilha do poder ou de outras ideias que surgiram”, comentou, garantindo que a oposição está “disposta a dar garantias, salvos-condutos e incentivos (a Maduro e ao chavismo), sobre os quais não vou entrar em detalhes porque é obviamente inconveniente fazê-lo e seria objeto da própria negociação".

Paralelamente, opinou que a tarefa é “deter a repressão” que Maduro exerce sobre a sociedade civil.

“Se há uma coisa que devo pedir à comunidade internacional é que esta não tenha recebido a denúncia como ela merece. Estamos falando que Maduro se vangloria diariamente de ter mais de 2.000 detidos, estão retirando testemunhas eleitorais das suas casas, buscando os que foram voluntários no dia das eleições”, denunciou.

Por fim, Machado comentou que não descarta uma possível prisão dela ou de González Urrutia.

“Na Venezuela tudo é possível, sinto que no seu desespero Maduro escolheu o caminho mais perigoso, entrincheirando-se, cercando-se de um alto comando militar. Acho que é um grande erro da sua parte e um enorme risco para os venezuelanos”, lamentou a líder opositora.

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