Venezuela: entenda a situação política do país (Gaby Oraa/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 9 de setembro de 2024 às 15h43.
Última atualização em 9 de setembro de 2024 às 15h54.
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, anunciou nesta segunda-feira que continuará no país, um dia após o seu aliado nas eleições presidenciais, Edmundo González Urrutia, ter decidido se exilar na Espanha. González, alvo de um mandado de prisão e diversas acusações criminais pelo Ministério Público venezuelano, controlado pelo chavismo, chegou ao país europeu no domingo.
"Se a saída do Edmundo muda alguma coisa, em uma perspectiva que possa aumentar o risco para mim, não sei, mas de qualquer forma decidi ficar na Venezuela e acompanhar a luta daqui", afirmou Machado durante um evento virtual.
González Urrutia foi proclamado pela oposição como presidente eleito da Venezuela após as eleições de 28 de julho, nas quais o ditador Nicolás Maduro foi declarado vencedor para um terceiro mandato consecutivo. No entanto, González fugiu do país depois de receber um mandado de prisão e passou um tempo na Embaixada da Holanda em Caracas antes de ser transferido para a Embaixada da Espanha, onde permaneceu até sua saída no domingo.
“Todos sabemos que Edmundo González Urrutia é o presidente eleito da Venezuela", insistiu María Corina. Ela reafirmou a estratégia e a legitimidade da oposição, dizendo que a saída de González não mudaria os planos: "Absolutamente nada muda: mantém-se a legitimidade, mantém-se a estratégia".
Em uma mensagem postada nas redes sociais, Machado convocou os venezuelanos na Espanha para uma manifestação em apoio à causa oposicionista. "Superamos todos os obstáculos para chegar até aqui e continuaremos fazendo isso até o fim. Afirmaremos a soberania popular e a verdade", declarou ela.
Enquanto isso, o governo venezuelano intensifica as ações contra a oposição. Maduro revogou a autorização para a Embaixada da Argentina em Caracas abrigar colaboradores da oposição, sob alegações de “planejamento de atividades terroristas”.