Costa Concordia naufragado na Itália: na gravação o capitão reconheceu que o cruzeiro estava fazendo água, mas que a situação estava calma (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2012 às 14h30.
Roma - O procurador de Grosseto, cidade onde é realizada a instrução do julgamento pelo naufrágio do navio Costa Concordia, afirmou nesta quarta-feira que foi a "mão de Deus" que aproximou a embarcação da ilha italiana de Giglio depois do choque contra um obstáculo, e não uma manobra do capitão Francesco Schettino.
"Se não fosse o vento daquela noite, a embarcação teria dado a volta e afundado em um minuto, porque não tinha propulsão e os lemes estavam bloqueados", assegurou Francesco Verusio, procurador de Grosseto.
Durante a terceira sessão da audiência realizada no teatro Moderno da cidade, Verusio acrescentou que a embarcação só se salvou por causa do impulso do vento.
O argumento do procurador de Grosseto foi similar ao defendido na terça-feira pelos peritos que analisaram a caixa-preta do cruzeiro Costa Concordia, em cujo naufrágio 32 pessoas morreram no dia 13 de janeiro.
O procurador admitiu que a fase de instrução, que segundo explicou poderia se prolongar por uma semana, ia "muito bem" e acrescentou que "espera fechar a primeira fase das indagações antes do final do ano".
A defesa de Schettino, principal acusado pelo acidente, comentou as palavras da gravação telefônica colocada à disposição da juíza instrutora do caso, Valeria Montesarchio, pelos peritos.
Na gravação o capitão reconheceu que o cruzeiro estava fazendo água, mas que a situação estava calma, quando na realidade a embarcação estava afundando.
Segundo o advogado de defesa de Schettino, Francesco Pepe, o que o capitão disse, ao contrário, foi: "Ponhamos as lanchas no mar porque ele está calmo".