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Manning fala pela primeira vez em julgamento do WikiLeaks

O jovem de 24 anos, parecia nervoso, com a voz levemente embargada, ao responder as perguntas em uma audiência anterior ao julgamento no Fort Meade, Maryland


	"Tinha me rendido. Meu mundo tinha afundado", disse
 (©AFP/Getty Images / Alex Wong)

"Tinha me rendido. Meu mundo tinha afundado", disse (©AFP/Getty Images / Alex Wong)

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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2012 às 20h12.

Maryland - O soldado norte-americano Bradley Manning, acusado de repassar documentos secretos ao WikiLeaks disse nesta quinta-feira que começou a desmoronar após ser detido, ao falar, pela primeira vez, diante de uma juíza militar.

O jovem de 24 anos, parecia nervoso, com a voz levemente embargada, ao responder as perguntas em uma audiência anterior ao julgamento no Fort Meade, Maryland, ao norte da capital norte-americana.

Manning enfrenta uma série de acusações que podem levá-lo à prisão perpétua, acusado de transmitir documentos secretos que foram divulgados pelo site WikiLeaks.

Respondendo às perguntas de seu advogado David Coombs sobre as condições de detenção no Iraque, antes de ser transferido à prisão de Quantico, Virginia, em julho de 2010, Manning, disse que não permitiram que fizesse telefonemas e que ele começou a se sentir cada vez mais ansioso.

"Comecei a desmoronar completamente", disse o soldado de rosto infantil, vestido com um uniforme azul.

Manning solicitou que seu caso seja encerrado por causa do castigo ilegal de que tinha sido vítima durante os nove meses que passou em Quantico em 2010-11.

"Estava em uma situação muito estressante (...) recebia muito pouca informação" de um defensor oficial, afirmou.

Manning disse que logo começou a ter pensamentos suicidas, fato que comunicou a conselheiros de saúde mental.

"Tinha me rendido. Meu mundo tinha afundado", acrescentou.


Dois psiquiatras militares haviam declarado anteriormente que as rigorosas condições de detenção impostas a Manning em Quantico - inclusive as medidas contra suicídios - eram desnecessárias e contrárias a suas opiniões médicas.

O capitão William Hocter, médico da Marinha que avaliou Manning quase semanalmente durante seu confinamento em Quantico, disse ao tribunal na quarta-feira que as medidas contra um eventual suicídio eram totalmente "sem sentido" e que os responsáveis ignoraram totalmente seu conselho de anular essas rigorosas medidas de controle.

A juíza Denise Lind aceitou nesta quinta-feira os termos sob os quais Manning se declara culpado de passar documentos secretos ao WikiLeaks.

Contudo, a decisão da juíza se refere somente à terminologia da proposta de Manning, não implica uma aceitação formal de sua declaração de culpa, que será decidida posteriormente.

Lind aprovou os termos de sete acusações contra Manning, mas o ex-analista de inteligência também enfrenta outras 15 acusações e as autoridades devem decidir se as mantêm.

A declaração de culpa de Manning o permite ser julgado por sua responsabilidade em vazar uma série de documentos militares da inteligência e telegramas do Departamento de Estado, mas não por outras acusações feitas pelo governo.

Sob essas condições, Manning não enfrentaria a grave acusação de "colaboração com o inimigo", que poderia condená-lo à prisão perpétua.

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