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Manifestantes vão às ruas pelo 2º dia contra eleição de Trump

Um dia depois de milhares de pessoas tomarem as ruas em pelo menos 10 cidades, cantando "não é meu presidente", novas manifestações ocorreram hoje

Protestos: cerca de 100 manifestantes marcharam da Casa Branca, onde Trump teve sua primeira reunião de transição com o presidente Obama (Kevin Lamarque/Reuters)

Protestos: cerca de 100 manifestantes marcharam da Casa Branca, onde Trump teve sua primeira reunião de transição com o presidente Obama (Kevin Lamarque/Reuters)

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Reuters

Publicado em 10 de novembro de 2016 às 21h58.

Nova York/Washington - A polícia colocou cercas de segurança ao redor do novo hotel do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, em Washington, e uma linha de blocos de concreto protegiam a Trump Tower em Nova York, ao mesmo tempo que estudantes em pontos distintos do país protestavam pelo segundo dia contra a sua eleição.

Um dia depois de milhares de pessoas tomarem as ruas em pelo menos 10 cidades, de Boston a Berkley (Califórnia), cantando "não é meu presidente" e "não a Trump", novas manifestações ocorreram do Texas a São Francisco.

Cerca de 100 manifestantes marcharam da Casa Branca, onde Trump teve sua primeira reunião de transição com o presidente Barack Obama na quinta-feira, para o Trump International Hotel, próximo dali.

Um representante da campanha de Trump não respondeu aos pedidos de comentários sobre os protestos, mas Rudy Giuliani, ex-prefeito de Nova York que deu apoio a Trump, chamou os manifestantes de "um bando bebês chorões mimados".

"Se você está analisando os verdadeiros lunáticos de esquerda no campus, são os professores, e não os estudantes", disse Giuliani à Fox News nesta quinta-feira. "Calma, as coisas não são tão ruins quanto você pensa".

Os manifestantes atacaram Trump por uma retórica de campanha crítica a imigrantes, muçulmanos e pelas acusações de abusar sexualmente de mulheres.

Mais de 20 pessoas foram presas por bloquear ou por tentar bloquear rodovias em Los Angeles e Richmond, na Virgínia, na manhã desta quinta.

Joshua Earnest, porta-voz da Casa Branca, disse que Obama apoia o direito dos manifestantes de se expressarem de forma pacífica.

"Nós temos um direito cuidadosamente e constitucionalmente protegido de liberdade de expressão", afirmou Earnest à imprensa.

"O presidente acredita que esse é um direito que deve ser protegido. É um direito que deve ser exercido sem violência."

Em São Francisco, mais de 1.000 estudantes deixaram as salas de aula na manhã desta quinta e fizeram uma passeata pelo centro financeiro da cidade carregando bandeiras de arco-íris, representado as comunidades gay, bissexual, lésbica e de transgêneros, bandeiras mexicanas e cartazes contrários ao presidente eleito.

Centenas de estudantes da Universidade do Estado do Texas, em São Marcos, tomaram o campus para protestar contra a eleição de Trump, com muitos estudantes dizendo temer a violação por ele dos direitos civis de minorias e da comunidade LGBT.

Em Nova York, centenas se reuniram para protestar contra a eleição de Trump. Na Trump Tower, onde ele mora, Alex Conway, 29 anos, exibia um cartaz com a mensagem "não é meu presidente".

"Isso não é para dizer que ele não é o presidente dos EUA, mas por dois dias eu posso usar a minha emoção para ser contra esse resultado e para manifestar que ele não é o meu", afirmou Conway.

"A única coisa que eu posso esperar é que em quatro anos fique provado que eu estava errado."

Mais manifestações contra Trump são planejadas, de acordo com mensagens online de organizadores. Uma delas pede que manifestantes se reúnam em Washington, no dia da posse, 20 de janeiro.

Simpatizantes de Trump, que surpreendeu a muitos com a vitória da terça-feira, pediram calma e aconselharam que os norte-americanos esperassem para ver como ele seria como presidente.

No seu discurso da vitória, que foi feito de uma maneira muito mais calma do que o estilo mostrado por ele durante a campanha, Trump afirmou que seria presidente para todos os norte-americanos.

Algumas das suas propostas mais polêmicas, incluindo a proibição para muçulmanos entrarem no país, foram retiradas do seu site de campanha nesta quinta.

Uma série de ataques isolados contra mulheres e integrantes de minorias por pessoas usando boné de Trump ou citando o nome dele foram relatados pela polícia e pela imprensa dos Estados Unidos.

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