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Manifestantes pedem que senadores não legalizem aborto na Argentina

Manifestantes pedem melhorias na assistência médica e social prestada às mulheres para evitar que elas precisem abortar

Argentina: legalização do aborto no país depende do voto de cerca de 20 senadores que ainda não revelaram se defendem ou não a lei (Martin Acosta/Reuters)

Argentina: legalização do aborto no país depende do voto de cerca de 20 senadores que ainda não revelaram se defendem ou não a lei (Martin Acosta/Reuters)

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EFE

Publicado em 27 de junho de 2018 às 16h48.

Buenos Aires - Centenas de pessoas estão na porta do Senado da Argentina para pedir que o projeto que busca descriminalizar o aborto no país, que já passou pela Câmara dos Deputados, não seja aprovado.

"A ideia da manifestação é dizer aos senadores que são a favor da vida que eles têm nosso apoio. Sabemos que isso transcende às questões partidárias e queremos pedir a reflexão daqueles que sejam a favor da aprovação dessa lei", disse à Agência Efe o coordenador da Fundação Elegi Sorrir, Marcelo Rossi.

Os manifestantes pedem melhorias na assistência médica e social prestada às mulheres para evitar que elas precisem abortar.

"Dizem que esta lei é para ajudar as mulheres, mas elas estão morrendo por outras causas. Até que ela morra por um aborto, também é preciso ajudá-la e assisti-la. Isso a lei não resolve", disse.

Por esse motivo, os manifestantes defendem que existem opções para que as gestantes não interrompam voluntariamente a gravidez, como a adoção e a criação de uma ajuda econômica por parte do Estado para garantir a subsistência da mãe e do bebê.

"Seria preciso melhorar as leis de adoção, as leis da infância, para que as jovens possam ter uma vida mais sana sem ter de recorrer a um aborto, que nunca é seguro. Sempre há a possibilidade de a mulher morrer", disse Valeria Campaña, uma das manifestantes.

Outra das exigências mais repetidas no protesto, marcado pelo azul dos lenços em contraste com o verde usado pelos defensores da lei, foi que o pai tem o direito de decidir sobre o futuro do filho.

"É preciso fazer uma lei muito mais justa que não implique o aborto, mas sim o acompanhamento da mãe e do bebê. E, quando ele nascer, que possa ser levado para a adoção caso a mãe não queira tê-lo. O pai também tem o direito de decidir", afirmou Valeria.

O projeto de lei, apresentado pela sétima vez em março pela Campanha Nacional pelo Aborto Legal, Seguro e Gratuito, foi aprovado na Câmara dos Deputados e será debatido no Senado no próximo dia 8.

Segundo os cálculos, a aprovação depende do voto de cerca de 20 senadores que ainda não revelaram se defendem ou não a lei.

Caso avance, a lei modificará o Código Penal em vigor desde 1921. Até então, a legislação permite que as mulheres abortem até a 14 semana de gestação caso sejam vítimas de estupro ou se a gravidez representar perigo para a mãe.

Na última terça-feira, um grupo de advogados enviou uma carta ao Senado alertando sobre as "graves falências jurídicas" da lei.

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