Venezuela: os opositores ao governo promovem protestos de ruas na Venezuela há 65 dias (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
EFE
Publicado em 5 de junho de 2017 às 08h17.
Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou neste domingo que alguns dos manifestantes que saíram às ruas para protestar contra seu governo estavam sob os efeitos do captagon, uma droga que, segundo afirmou, "é utilizada pelo Estado Islâmico".
"Estão usando algumas drogas que foram e são utilizadas pelo Estado Islâmico (...) O captagon é uma droga poderosíssima", disse Maduro em seu programa semanal, ao lembrar que um manifestante terminou com queimaduras depois de uma "ação temerária" na qual tentou incinerar a moto de um policial durante um protesto.
O captagon movimenta milhares de milhões de dólares anuais, e tudo indica que a Síria é um de seus maiores produtores, segundo disse à Agência Efe em fevereiro de 2016 a especialista do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), Angela Me.
O estimulante é conhecido como "droga dos jihadistas" por seu suposto uso por parte dos combatentes do Estado Islâmico, apesar de a especialista ter reconhecido que a UNODC não tem provas documentais dessas suposições.
Por sua parte, o governante venezuelano disse hoje que esta droga é "entregue" aos manifestantes que se tornam violentos, aos quais qualificou como "terroristas", para que estes cometam ações violentas "em meio ao êxtase e à aceleração", sem oferecer mais detalhes.
Os opositores ao governo promovem protestos de ruas na Venezuela há 65 dias, alguns deles manchados por incidentes violentos que deixaram até agora 65 mortos e mais de mil feridos, de acordo com números do Ministério Público.