Prinunciamento de Carrie Lam: “para aqueles que, contra a lei, ocupam as vias, solicitamos que vocês deixem as áreas rápida e pacificamente” (Bobby Yip/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de novembro de 2014 às 09h58.
Hong Kong - A chefe-executiva em exercício de Hong Kong pediu nesta terça-feira para que manifestantes pró-democracia liberem os locais ocupados na cidade há mais de seis semanas e alertou que aqueles que permanecerem podem ser presos.
Centenas de manifestantes liderados por estudantes estão acampados em dois distritos-chave da cidade controlada pela China. A mídia de Hong Kong noticiou que as autoridades podem começar a retirar os manifestantes já na quarta-feira.
“Para aqueles que, contra a lei, ocupam as vias, solicitamos que vocês deixem as áreas rápida e pacificamente”, disse Carrie Lam, que atua como líder enquanto o chefe-executivo Leung Chun-ying está em uma cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), em Pequim.
Os manifestantes reivindicam eleições plenamente democráticas para a escolha do próximo chefe-executivo da ex-colônia britânica em 2017, em lugar de uma votação apenas entre candidatos autorizados por Pequim.
A mídia de Hong Kong tem especulado que a China estaria esperando para retirar os manifestantes após a cúpula da Apec, que se encerra na noite desta terça-feira. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deve se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping, na quarta-feira antes de deixar o país.
Autoridades dos EUA disseram que liberdade de expressão e de associação são valores universais, incluindo em Hong Kong. Carrie Lam fez o alerta um dia após uma corte de Hong Kong ter decidido que a polícia pode prender os manifestantes que desafiarem as autoridades que tentaram liberar as vias.
Ela disse que a polícia faria prisões se necessário, mas não deu prazos. Manifestantes disseram que estão prontos para reagir a quaisquer medidas para liberar os locais.
“Todos os ocupantes já empacotaram seus pertences e algumas estações de suprimentos também já estão prontas para serem facilmente transportadas rapidamente”, disse Kaven Chan, de 20 anos, que protesta no distrito de Mong Kok.
No ápice das manifestações, a polícia chegou a disparar gás lacrimongêneo e spray de pimenta para dispersar milhares de manifestantes, muitos dos quais utilizaram guarda-chuvas, luvas e máscaras para se proteger.
Quase nove entre 10 manifestantes disseram estar prontos para permanecer nas ruas por mais de um ano a fim de pressionar pela implementação da total democracia, de acordo com uma pesquisa informal da Reuters no mês passado.