Veículo foi incendiado por manifestantes durante a greve em Noida: cerca de 400 trabalhadores grevistas atiraram pedras contra fábricas no polo industrial de Noida para forçá-las a fechar as portas (Stringer/Reuters)
Da Redação
Publicado em 20 de fevereiro de 2013 às 09h42.
Nova Délhi - Trabalhadores em protesto destruíram veículos e danificaram fábricas perto da capital indiana, Nova Délhi, nesta quarta-feira, no início de uma greve de dois dias convocada pelos principais sindicatos contra os preços elevados no país.
Cerca de 400 trabalhadores grevistas atiraram pedras contra fábricas no polo industrial de Noida, cerca de 16 km a leste da capital, para forçá-las a fechar as portas, disse uma testemunha da Reuters.
A polícia enfrentou os trabalhadores para interromper a violência. Sete carros e um caminhão dos bombeiros foram queimados e uma dúzia de carros foi danificada.
"Na minha própria fábrica, grevistas subiram nos portões e paredes, quebraram e levaram computadores, e danificaram a fachada do prédio", disse Pankaj Sadh, proprietário de uma fábrica, ao canal de notícias NDTV.
A violência espalhou-se pelo país e alguns trabalhadores em greve, irritados em particular com os altos preços dos combustíveis, tentaram retirar os veículos das estradas. Um sindicalista morreu na cidade de Ambala, segundo a imprensa.
Escritórios e fábricas foram fechados em muitos lugares e o transporte foi interrompido. No entanto, Nova Délhi e Mumbai, centro de negócios da Índia, praticamente não foram afetadas e os mercados financeiros estavam abertos.
A greve acontece enquanto o governo se prepara para apresentar um orçamento de austeridade ao Parlamento e ao mesmo tempo que enfrenta um grande escândalo de corrupção em um negócio de compra de armas.
O Parlamento inicia a discussão sobre o orçamento na quinta-feira, e o governo deve apresentar seu plano de despesas para o ano fiscal 2013/14 (abril-março) na próxima semana.
Várias autoridades disseram à Reuters que o governo planeja cortar gastos públicos em até 10 por cento para evitar um rebaixamento do rating de crédito soberano, apesar de a medida possivelmente ter como consequência mais problemas econômicos no curto prazo.
O governo também precisa enfrentar as acusações por parte da polícia italiana de que funcionários do grupo de defesa Finmeccanica pagaram subornos em um acordo de 750 milhões de dólares para vender helicópteros à Índia fabricados por sua subsidiária anglo-italiano AgustaWestland.