Protesto em Charlotte: vídeo da família mostra esposa de homem morto pedindo aos policiais que não o matassem e alegando que ele estava desarmado (REUTERS/Mike Blake)
Da Redação
Publicado em 24 de setembro de 2016 às 10h42.
Charlotte - Manifestantes carregaram cartazes, cantaram e marcharam em um protesto pacífico nos Estados Unidos horas depois que a família de um homem negro morto pela polícia divulgou um vídeo mostrando os eventos que levaram ao tiro que o matou.
A marcha pelo bairro comercial da cidade de Charlotte ocorreu pela quarta noite desde a morte de Keith Lamont Scott no começo da semana.
Depois que escureceu em Charlotte, dezenas de pessoas tomaram as ruas para pedir à polícia que divulgasse vídeos que pudessem esclarecer o que ocorreu. A polícia afirmou que Scott estava armado, mas testemunhas dizem que ele apenas carregava um livro.
O grupo, que parecia similar ao das noites anteriores, carregava um cartaz que dizia "apenas divulguem as imagens".
Mais cedo, filmagem feita pela esposa de Keith Lamont Scott divulgada pela família mostrou que ela repetidamente dizia aos policiais que o marido não estava armado e pedia a eles que não atirassem.
O vídeo de dois minutos divulgado pela família não mostra o tiroteio, mas o som de tiros pode ser ouvido. No vídeo, a esposa do assassinado, Rakeyia Scott, diz aos policiais que o marido tem traumatismo cranioencefálico.
Em um momento, ela fala para o marido sair do carro em que estava para que a polícia não quebrasse os vidros. Ela ainda diz "não faça isso", mas não fica claro o que ela quis dizer.
Depois do tiroteio, Scott pode ser visto com o rosto no chão enquanto a esposa diz "é melhor que ele viva". Ela continua filmando e pergunta se uma ambulância poderia ser chamada.
Os policiais se colocam ao lado de Scott. Não fica claro se eles estão procurando por armas ou tentando dar atendimento de primeiros socorros.
A polícia de Charlotte diz que há pelo menos duas câmeras - uma que estava presa ao corpo do policial e outra na viatura - que as mostram o disparo.
A família assistiu às imagens e pede que elas sejam divulgadas ao público. Já a polícia acredita que a divulgação poderia inflamar ainda mais a situação.
A prefeita da cidade, Jennifer Roberts, disse acreditar que a filmagem deve ser divulgada, mas declarou que "a dúvida é em relação ao momento" para fazer isso.
Fonte: Associated Press.