Exército do Egito na praça Tahrir: oposição discute reformas democráticas com militares
Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2011 às 10h54.
Cairo - Um grupo de militantes internautas, que teve um papel importante no início das manifestações que resultaram na renúncia do presidente Hosni Mubarak, anunciou nesta segunda-feira que se reuniu com os militares que governam o Egito desde sexta-feira para discutir as reformas democráticas.
Na reunião, os militares afirmaram que o referendo constitucional anunciado pelas Forças Armadas acontecerá dentro de dois meses, segundo o grupo de manifestantes, que inclui Wael Ghonim, executivo da Google e uma das figuras de maior destaque da revolta popular egípcia.
Os militares se comprometeram ainda a julgar os corruptos e a procurar os desaparecidos durante a revolta popular, segundo um comunicado que tem como título "Encontro com o Conselho Supremo das Forças Armadas", publicado pelo grupo em um site pró-democracia.
Uma comissão concluirá o estudo das emendas nos próximos 10 dias e depois um referendo acontecerá dentro de dois meses, afirma a nota.
"Nos reunimos com o Exército para compreender seu ponto de vista e apresentar o nosso", acrescenta o texto.
"Os militares se comprometeram a julgar todos os acusados de corrupção, independente de seus cargos atuais ou anteriores, e a encontrar todos os desaparecidos durante a revolta".
O encontro contou com a participação de oito militantes pró-democracia, incluindo Ghonim, que virou um dos heróis da revolta depois de ter passado 12 dias detido, e o blogueiro Amr Salam.
Os generais Mahmud Hegazy e Abdel Fattah representaram o Conselho Supremo das Forçass Armadas, uma assembelia integrada por 20 militares, em sua maioria desconhecidos antes da revolta popular.
Os internautas militantes tiveram papel de destaque no início da revolta popular que em 18 dias de protestos conseguiu a renúncia do presidente Hosni Mubarak.