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Manifestantes desafiam a lei usando máscaras em Hong Kong

O ato foi contra o fato de o governo ter recorrido a uma lei de emergência para proibir o uso de máscaras em concentrações públicas

Hong Kong: país passa por protestos contra o governo local (Foto/AFP)

Hong Kong: país passa por protestos contra o governo local (Foto/AFP)

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AFP

Publicado em 6 de outubro de 2019 às 13h19.

Última atualização em 6 de outubro de 2019 às 13h20.

Hong Kong foi sacudida neste domingo por novos episódios de violência, depois que milhares de manifestantes pró-democracia desafiaram a proibição de protestar com o rosto coberto, em passeatas marcadas por confrontos com a polícia e atos de vandalismo.

Os manifestantes se concentraram nos bairros do centro da ilha de Hong Kong e, do outro lado da baía, na península de Kowloon, apesar da forte chuva e do fechamento de boa parte das estações de metrô.

Os manifestantes protestaram contra o governo ter recorrido a uma lei de emergência para proibir o uso de máscaras em concentrações públicas. A polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar a multidão, enquanto explodiam novos confrontos entre agentes e manifestantes, que tentavam erguer barricadas.

Um taxista foi agredido no bairro de Sham Shui Po após atingir duas manifestantes com seu carro. Elas foram atendidas por voluntários antes da chegada da polícia. Uma terceira mulher, presa entre o táxi e uma loja, foi levada do local pela multidão, enquanto um grupo de manifestantes destruiu o veículo.

Contra os bancos chineses

Alguns manifestantes destruíram escritórios do governo vizinhos, bem como agências de bancos chineses e estações de metrô.

Este foi o terceiro dia consecutivo de flashmobs e mobilizações não autorizadas desde que a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, recorreu a uma lei de emergência para proibir que os manifestantes cubram o rosto nos protestos.

Naquela mesma noite, a decisão de Carrie resultou em atos violentos e de vandalismo contra e empresa concessionária do metrô, MTR, acusada de ser conivente com o governo central chinês.

Neste domingo, a Justiça da ex-colônia britânica rejeitou o recurso apresentado por deputados pró-democracia de Hong Kong contra esta decisão.

Sem metrô

A MTR suspendeu ontem a circulação do metrô. Hoje, decidiu abrir 45 estações, enquanto outras 48 permaneceram fechadas, principalmente aquelas localizadas em bairros onde acontecem protestos, como os setores turísticos do centro.

A cidade, de 7,5 milhões de habitantes, é extremamente dependente da rede de metrô, uma das mais eficazes do mundo e que transporta diariamente 4 milhões de pessoas.
Várias redes de supermercados e centros comerciais decidiram permanecer fechados neste domingo, uma decisão incomum nesta aglomeração de amantes das compras.

'Futuro sombrio'

A lei de emergência a que Carrie Lam recorreu na sexta-feira data de 1922, quando Hong Kong era uma colônia britânica, e não era acionada desde 1967. O texto autoriza o Executivo a tomar qualquer medida sem que seja necessária a autorização dos legisladores, caso haja uma situação de emergência ou perigo para a população.

Carrie assinalou que o uso da lei não significa que se decrete estado de emergência. A medida foi aplaudida por Pequim, enquanto os manifestantes e a oposição viram na mesma indícios de autoritarismo por parte do governo.

"Se esta lei de emergência for aprovada, o futuro de Hong Kong será muito sombrio", declarou neste domingo o deputado Dennis Kwok, antes de a Alta Corte comunicar sua decisão.

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