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Manifestantes de Hong Kong avaliam não pagar impostos

Manifestantes pró-democracia de Hong Kong analisavam nesta sexta-feira as opções para decidir se vão desistir dos protestos nas ruas ou se mudarão de tática

Barracas de manifestantes: Pequim permitiu uma eleição livre em 2017, mas insistente em pré-selecionar quaisquer candidatos para primeiro líder eleito da ilha (Bobby Yip/Reuters)

Barracas de manifestantes: Pequim permitiu uma eleição livre em 2017, mas insistente em pré-selecionar quaisquer candidatos para primeiro líder eleito da ilha (Bobby Yip/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2014 às 09h12.

Hong Kong - Manifestantes pró-democracia de Hong Kong analisavam nesta sexta-feira as opções para decidir se vão desistir dos protestos nas ruas ou se mudarão de tática, e um líder sugeriu uma campanha de não pagar impostos para “bloquear o governo”. 

A Federação de Estudantes de Hong Kong decidirá na próxima semana se convocará manifestantes para se retirarem de acampamentos que bloquearam algumas das principais vias da cidade e testaram a paciência dos moradores por mais de dois meses.

Chan Kin-man, co-fundador do movimento de protesto “Occupy Central” que pediu para que manifestantes deixassem esses locais, disse que a federação tinha uma “decisão muito grande” para tomar.

“Eu acho que eles vão recuar. Eles entendem que mais cedo ou mais tarde eles têm que encerrar e também entendem o risco de uma maior escalada ou radicalização da ocupação”, disse à Reuters. 

Cerca de 20 manifestantes, vestidos com jaquetas grossas em meio ao frio local, estavam prostrados no principal local de protesto, o Almirantado, próximo ao centro financeiro da cidade, ao passo que suas tendas estavam cobertas com sacolas plásticas e material isolante para proteger do sol e da chuva.

O estudante Keith Ng, de 17 anos, que tem sua primeira prova na segunda-feira, refletiu sobre o humor geral. “Estou na equipe de primeiros socorros aqui, então tenho que ficar até o final”, disse. “Mas para os outros manifestantes, eu acho que vão recuar, por a moral está muito baixa." Hong Kong, uma ex-colônia britânica, voltou ao controle do Partido Comunista da China em 1997 sob uma fórmula política de “um país, dois sistemas”, que dá à cidade alguma autonomia da China continental e uma promessa de um eventual sufrágio universal. 

Pequim permitiu uma eleição livre em 2017, mas insistente em pré-selecionar quaisquer candidatos para ser o primeiro líder eleito da ilha.  O chefe-executivo C.Y. Leung disse ao jornal Hong Kong Economic Times que os manifestantes que ainda ocupavam as ruas eram os mais radicais, e era por isso que uma ação era necessária para encerrar os acampamentos. 

A polícia deve liberar as ruas da área do Almirantado a partir de quarta-feira, segundo a imprensa, e muitos estudantes, como Timothy Sun, de 18 anos, que foram presos no domingo, devem ir embora. 

“Eu não posso ser preso uma segunda vez”, disse Sun.  Benny Tai, outro co-fundador do Occupy Central, reiterou seus pedidos para que alunos deixa o local e ponderou qual o próximo rumo da desobediência.  “Bloquear o governo pode ser ainda mais poderoso do que bloquear ruas”, escreveu ele na versão internacional do jornal The New York Times. 

“A recusa em pagar impostos, atrasar pagamentos de aluguéis de inquilinos de casas publicas… junto com outras medidas de não-cooperação, podem tornar as coisas mais inconvenientes para o governo.”

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