Hong Kong: estudantes lideram protestos pedindo amplas reformas eleitorais (Edgar Su/Reuters)
Da Redação
Publicado em 1 de outubro de 2014 às 16h24.
Hong Kong - Os estudantes de Hong Kong, que realizam manifestações pedindo mais democracia no território chinês, advertiram que vão intensificar suas ações se o chefe do Executivo local não renunciar até quinta-feira, possivelmente ocupando importantes prédios do governo.
A medida traz riscos de um novo confronto com a polícia, além de colocar pressão sobre o governo chinês, que até agora tem apenas declarado as manifestações como algo ilegal e apoiado o chefe do Executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying em suas tentativas de encerrar os protestos.
Publicações na mídia estatal chinesa indicam que o governo pode estar perdendo a paciência com os manifestantes.
Um editorial solenemente lido na principal emissora de televisão chinesa, a CCTV, disse que os moradores de Hong Kong deveriam apoiar as autoridades para "implantar a ação da polícia de forma decisiva" e "restaurar a ordem social em Hong Kong o mais rápido possível".
Os estudantes lideram protestos pedindo amplas reformas eleitorais, o que representa o mais duro desafio à autoridade de Pequim desde que a China retomou o controle da ex-colônia britânica, em 1997.
Lester Shum, vice-secretário da Federação dos Estudantes de Honk Kong, disse que os estudantes gostariam de ter uma oportunidade de conversar com um funcionário do governo central chinês.
"Porém, nós pedimos a eles que venham até a praça e falem com as massas", disse Shum aos jornalistas. "Este é um movimento de habitantes de Hong Kong e não liderado por qualquer grupo específico."
Shum exige a renúncia de Leung até quinta-feira. Ele disse que não há "espaço para o diálogo" com Leung porque ele ordenou que a polícia jogasse gás lacrimogêneo contra os manifestantes no final de semana.
"Leung Chun-ying deve renunciar. Se ele não deixar o cargo até amanhã, intensificaremos nossas ações com a ocupação de vários prédios importantes do governo", disse ele, acrescentando que os manifestantes não interferirão em serviços governamentais "essenciais", como hospitais e escritórios de bem-estar social.
Chan Kin-man, outro líder manifestante, disse que os protestos continuarão enquanto o governo de Hong Kong não der uma resposta satisfatória às exigências estudantis.
"Eu espero que a população entenda por que a ação continua se intensificando. É porque o governo está se fechando cada vez mais sem ouvir o povo de Hong Kong", disse ele em entrevista concedida na rua.
"Se o governo pudesse nos dar uma resposta adequada no tempo devido, acho que poderíamos encerrar a ocupação imediatamente." Fonte: Associated Press.