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Manifestantes criticam fracasso de Trump com "sonhadores"

Trump anunciou o fim do Programa de Ação Diferida, mas deu ao Congresso até o dia 5 de março para encontrar uma solução para os jovens imigrantes ilegais

Imigração nos EUA: "Estamos aqui para dizer-lhes que vamos seguir lutando por nossos direitos como comunidade", declarou Víctor Morales, um mexicano imigrante ilegal de 24 anos que compareceu à manifestação (Amr Alfiky/Reuters)

Imigração nos EUA: "Estamos aqui para dizer-lhes que vamos seguir lutando por nossos direitos como comunidade", declarou Víctor Morales, um mexicano imigrante ilegal de 24 anos que compareceu à manifestação (Amr Alfiky/Reuters)

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EFE

Publicado em 5 de março de 2018 às 17h40.

Washington - Milhares de pessoas saíram às ruas de várias cidades dos Estados Unidos nesta segunda-feira para criticar que o presidente Donald Trump e o Congresso não tenham encontrado uma solução para regularizar a situação de quase 700.000 jovens imigrantes ilegais, conhecidos como "sonhadores", dentro do prazo estabelecido de seis meses.

Trump anunciou em setembro o fim do Programa de Ação Diferida (DACA), mas deu ao Congresso até o dia 5 de março para encontrar uma solução para os milhares de jovens imigrantes ilegais que graças a essa permissão, proclamada em 2012 pelo ex-presidente Barack Obama, puderam residir e trabalhar legalmente nos EUA.

Esta data limite, no entanto, ficou em suspenso depois que várias decisões judiciais frearam a decisão de Trump nos últimos meses.

"O Congresso teve seis meses para apresentar uma lei e falhou; estamos aqui para dizer-lhes que vamos seguir lutando por nossos direitos como comunidade", declarou à Agência Víctor Morales, um mexicano imigrante ilegal de 24 anos que compareceu hoje à manifestação em Washington e cuja proteção expira em um ano.

Na capital protestaram mais de 300 pessoas, que se reuniram em frente ao monumento de Washington e marcharam até o Capitólio, lugar onde várias dezenas de manifestantes fizeram atos de desobediência civil e foram detidos.

Milhares de pessoas ao redor do país se somaram a esta iniciativa e saíram às ruas de Nova York, Las Vegas, Filadélfia, Orlando e Houston, entre muitas outras cidades.

Morales, que chegou ao país quando tinha 10 anos, considerou que é "óbvio" que Trump é contrário às minorias hispânicas e afro-americanas que residem nos EUA e que fará "todo o possível" para continuar com sua agenda anti-imigração.

Outra das manifestantes em Washington, Milagros Chirinos, da Human Rights Campaign, afirmou à Efe que os centenas de milhares de "sonhadores" querem obter uma permissão "permanente" para viver "no único país que conhecem".

Por sua vez, Gabby Castañeda, da Border Network for Human Rights, lamentou que o dia de hoje "marca o fracasso previsível do processo político destrutivo de Trump" que, segundo disse, "fez com que os 'sonhadores' suportem uma carga injusta e imoral".

Apesar de terem sido apresentadas várias propostas legislativas no Senado para substituir o DACA, nenhuma delas superou os 60 votos necessários para ser aprovada pela câmara alta.

Trump exigiu em janeiro que qualquer projeto de lei sobre esse tema inclua fundos para o muro na fronteira com o México e reformas ao sistema de migração legal, imposições que os democratas não veem com bons olhos.

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