Protesto: ativistas de direitos humanos e até 300 manifestantes se reuniram do lado de fora do departamento de polícia (Earnie Grafton / Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de setembro de 2016 às 17h29.
El Cajon - Manifestantes gritaram "assassinato" e exigiram uma investigação federal nesta quarta-feira depois que uma policial matou um negro desarmado a tiros na Califórnia menos de duas semanas depois de incidentes semelhantes provocarem revolta em duas outras cidades dos Estados Unidos.
No tiroteio mais recente, dois policiais responderam a chamados sobre um afro-norte-americano na casa dos 30 anos que caminhava em meio ao trânsito e "que parecia for a de si", de acordo com a polícia de El Cajon, cidade de cerca de 100 mil habitantes a aproximadamente 24 quilômetros ao nordeste de São Diego.
A polícia não identificou a vítima de imediato, mas ativistas locais e amigos o reconheceram como o ugandense Alfred Olango. Eles disseram que ele era doente mental e que podia estar tendo uma convulsão nos momentos que antecederam sua morte.
Dias antes, em Charlotte, na Carolina do Norte, e em Tulsa, no Oklahoma, a polícia matou negros a tiros, desencadeando manifestações contra o preconceito racial nas forças policiais dos EUA e exigências de mais responsabilização de policiais.
Em Charlotte, os saques levaram as autoridades a imporem um estado de emergência e um toque de recolher.
Policiais de El Cajon encontraram Olango atrás de um restaurante perto das 14h locais de terça-feira e ordenaram que tirasse a mão do bolso. Depois que ele se recusou, um policial sacou uma arma de fogo e o outro preparou uma pistola, afirmou a polícia.
Olango andava para frente e para trás enquanto os agentes tentavam falar com ele de armas apontadas, segundo a corporação.
A polícia disse que em seguida Olango puxou um objeto do bolso de frente da calça, juntou as mãos e as estendeu na direção de um policial "no que pareceu ser uma postura de disparo".
Os policiais dispararam simultaneamente com a arma de fogo e a pistola de choque contra o suspeito, que morreu depois de ser levado a um hospital, informou a polícia.
Nenhuma arma foi encontrada no local, disse o chefe de polícia de El Cajon, Jeff Davis, aos repórteres, sem explicar o que ele estava apontando.
"Agora é um momento de calma", disse Davis. "Eu imploro que a comunidade seja paciente conosco, trabalhe conosco, analise os fatos presentes antes de fazer qualquer julgamento."
Ativistas de direitos humanos e até 300 manifestantes se reuniram do lado de fora do departamento de polícia de El Cajon, onde exclamaram "assassinato", "justiça para Alfred Olango" e "as vidas negras importam".