Ativista pró-democracia no distrito de Admiralty, em Hong Kong (Ed Jones/AFP)
Da Redação
Publicado em 7 de outubro de 2014 às 07h22.
Hong Kong - Os manifestantes abandonavam nesta terça-feira as ruas de Hong Kong, onde permaneciam apenas pequenos grupos, após a decisão dos líderes estudantis de dialogar com o governo diante da pressão da opinião pública.
Entre 200 e 300 manifestantes seguiam na manhã desta terça-feira em três pontos de concentração, onde há alguns dias se reuniam milhares de pessoas.
A vida em Hong Kong começou a voltar à normalidade na segunda-feira, com a reabertura das escolas e o retorno ao trabalho de boa parte da população, incluindo 3 mil funcionários públicos que tiveram acesso à sede do governo.
Mas algumas ruas permaneciam bloqueadas nesta terça, o que levou várias linhas de ônibus a procurar rotas alternativas, engarrafando o trânsito e lotando o metrô.
O movimento pró-democracia obteve o apoio de boa parte da população, mas após oito dias de paralisia em Hong Kong os habitantes perderam a paciência.
Os estudantes, que se reuniram na noite de segunda-feira com um representante do governo para "discussões preliminares" sobre a abertura do diálogo oficial, aceitaram desbloquear as ruas.
"Teremos várias rodadas de negociações", explicou Lester Shum, subsecretário-geral da Federação de Estudantes de Hong Kong, uma das promotoras da mobilização.
Ray Lau, encarregado do governo de Assuntos Constitucionais e do Continente, manifestou sua esperança de que haja "respeito mútuo" nas negociações, que devem começar esta semana.
Hong Kong atravessa a pior crise política desde a devolução à China, em 1997.
Apesar de a China concordar em estabelecer o sufrágio universal na próxima eleição ao Executivo do território autônomo em 2017, pretende manter o controle das candidaturas, uma proposta inaceitável para o movimento pró-democracia.