Mundo

Manifestações populares pedem mudança de regime no Iêmen

Partidários do governo também compareceram à praça Al-Tahrir, na capital, para defender o presidente Abdullah Saleh

Protestos no Iêmen: manifestações não tiveram incidentes, mas foram dispersadas (Gamal Noman/AFP)

Protestos no Iêmen: manifestações não tiveram incidentes, mas foram dispersadas (Gamal Noman/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2011 às 11h23.

Sanaa - Dezenas de milhares de opositores protestaram nesta quinta-feira, sem incidentes, em Sanaa e Aden, onde foram dispersados pela polícia, para pedir uma mudança de regime, depois do anúncio de concessões feito pelo presidente, Ali Abdullah Saleh.

"Continuaremos com nossa luta pacífica até a queda deste regime injusto", afirmou um dos líderes do Fórum Comum, uma aliança da oposição, em discurso para 100.000 pessoas, segundo os organizadores do protesto.

Centenas de pessoas também criticaram o regime de Abdullah Saleh, que está no poder há 32 anos, em Aden, sul do país, antes de serem dispersados pela polícia.

Outras cidades do sul do Iêmen também foram cenários de manifestações contra o poder central e a favor da independência.

Na capital, uma contramanifestação foi organizada pelo partido governista, o Congresso Popular Geral (CPG), na Praça Al-Tahrir (Praça da Libertação), onde a oposição pretendia protestar, o que obrigou os manifestantes a alterar o local do protesto.

Os organizadores da contramanifestação também reivindicaram uma participação de 100.000 pessoas.

Na Praça Al-Tahrir, os partidários do regime gritavam frases de apoio ao presidente e hostis à oposição.

"Com a alma, com nosso sangue, nos sacrificaremos pelo Iêmen", afirmaram.


O CPG tenta retomar a iniciativa, depois do anúncio de quarta-feira de Saleh de que não concorrerá a um novo mandato ao fim do atual, em 2013, não transmitirá o poder ao filho e retomará o diálogo com a oposição.

Ele pediu à oposição o cancelamento dos protestos e a retomada do diálogo para um governo de união nacional.

Mas a oposição, inspirada nas revoltas na Tunísia e Egito, manteve os protesto.

"Nossa manifestação hoje é um ato de luta pacífica", declarou Najib Ghanem, deputado do partido islâmico Al-Islah, membro do Fórum Comum.

"A revolta por justiça começou na Tunísia. Continua hoje no Egito e amanhã o Iêmen vai deixar a injustiça", completou Ghanem.

"Que Deus ajude o povo egípcio contra o tirano Hosni Mubarak", afirmaram os manifestantes.

"Não a um regime hereditário, não a um aumento do mandato", afirma uma faixa exibida pelos opositores reunidos nas três grandes avenidas que levam à Universidade de Sanaa.

A Praça Al-Tahrir tem o mesmo nome da praça do centro do Cairo que na quarta-feira foi tranformada em campo de batalha entre opositores e partidários do presidente Hosni Mubarak.

A oposição iemenita parece ter preferido evitar o confronto e seguiu para a Universidade de Sanaa, onde nenhum incidente grave havia sido registrado.

Acompanhe tudo sobre:DemocraciaOriente MédioPolítica no BrasilProtestos

Mais de Mundo

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica

Trump nomeia Robert Kennedy Jr. para liderar Departamento de Saúde