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Manifestações e greve geral têm forte adesão na Tunísia

Os manifestantes e grevistas protestavam contra a repressão a movimentos anteriores e reivindicaram a libertação de pessoas detidas nos episódios

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2012 às 17h42.

Sidi Buzid - Tunisianos protestavam nesta terça-feira contra o governo em Sidi Bouzid, berço da revolução de 2011, onde também ocorria uma greve geral, que contou com uma forte adesão, segundo diversas fontes.

Os manifestantes e grevistas protestavam contra a repressão a movimentos anteriores, de julho e da semana passada, e reivindicaram a libertação de pessoas detidas nos episódios.

Um jornalista da AFP constatou que apenas açougues foram abertos, para que os muçulmanos pudessem fazer suas compras para a Noite do Destino, que celebra a revelação do Corão ao profeta Maomé durante o mês de jejum do Ramadã.

De acordo com um membro da Frente do 17 de Dezembro, uma das organizações que convocaram a greve, houve 90% de adesão ao movimento.

A manifestação reuniu centenas de pessoas, entre opositores políticos, sindicatos e representantes dos empresários.

"O povo quer a queda do regime", cantavam os manifestantes, que exigiam a libertação das cerca de 40 pessoas detidas na região desde o fim de julho.


Na quinta-feira passada, em Sidi Bouzid, em torno de 800 manifestantes que protestaram contra uma intervenção policial e contra o governo, dominado por islamitas de Ennahda. Eles atiraram pedras contra as forças policiais, que respondeu com balas de borracha e gás lacrimogêneo.

Além disso, milhares de tunisianos protestaram na noite de segunda-feira contra as ameaças aos direitos da mulher e contra Ennahda.

O movimento da segunda-feira, convocado por organizações feministas, de defesa dos direitos humanos e da oposição, foi organizado no dia do aniversário da promulgação do Código de Estatuto Pessoal, de 13 de agosto de 1956, que reúne um conjunto de leis que instaurou a igualdade dos sexos em vários aspectos.

Ennahda está no centro de uma polêmica provocada por um projeto de artigo da Constituição adotado na Assembleia Nacional Constituinte em 1º de agosto e que ameaça os direitos da mulher.

O partido islamita, à frente de uma coalizão formada com dois partidos de centro-esquerda, desmente querer afetar as prerrogativas da mulher e afirma que a igualdade entre os sexos está mencionada no preâmbulo da futura Carta Magna.

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