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Mané Garrincha poderá ser estádio mais sustentável do mundo

O selo platinum (certificação máxima de edificações sustentáveis) depende apenas da avaliação de técnicos do Green Building Council (US GBC)


	Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília: a expectativa é que a aprovação do selo de sustentabilidade da arena seja divulgada até o final do ano
 (Marcello Casal Jr./ABr)

Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília: a expectativa é que a aprovação do selo de sustentabilidade da arena seja divulgada até o final do ano (Marcello Casal Jr./ABr)

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Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2013 às 08h06.

Brasília – O Estádio Nacional Mané Garrincha pode ser o primeiro do mundo a ter a certificação máxima de edificações sustentáveis. O selo platinum depende apenas da avaliação de técnicos do Green Building Council (US GBC), organização criada para estimular projetos verdes em todo o mundo e emitir a certificação dessas obras.

A expectativa é que a aprovação do selo seja divulgada até o final do ano, disse Marcos Casado, diretor técnico e educacional do GBC no Brasil.

Ele destacou que os demais estádios cumprem requisitos para o selo básico ou selo ouro. Assim que a obra do Mané Garrincha estiver totalmente concluída e a documentação de auditoria for entregue, a certificação poderá ser feita entre quatro e seis meses.

“Desde o início pensamos na possibilidade de uma certificação de nível máximo, que inclui entre 80 e 100 pontos na lista de procedimentos para essa meta”, explicou Eduardo Castro Mello , arquiteto responsável pela obra do Estádio Mané Garrincha.

O projeto, criticado por ter o mais alto custo entre os estádios nacionais que abrigarão os jogos da Copa das Confederações de 2013 e da Copa do Mundo de 2014, deu prioridade à ventilação natural de ambientes internos para reduzir uso de ar-condicionado.

As obras do Mané Garrincha foram adequadas para captar e reaproveitar a água de chuva que cai na cobertura do estádio e no entorno, como nos estacionamentos. A água é direcionada para cinco reservatórios de quase 8 milhões de litros que vão suprir a irrigação, as descargas e a lavagem do piso.


“A obra é cara porque é grande e especial. Não tem desperdício. O importante é que foi projetada dentro do princípio de sustentabilidade”, disse o arquiteto. Ele ponderou que a obra permitirá uma economia de R$ 7 milhões anuais em gasto com manutenção.

Diante da expectativa de alto consumo de energia, os projetistas propuseram a criação de uma usina de captação de energia solar, a partir de 9,6 mil placas fotovoltáicas capazes de gerar mais de 2,5 megawatts, quantidade suficiente para abastecer 2 mil residências.

No entanto, a usina e o sistema de reaproveitamento de água só começam a funcionar em julho, depois da Copa das Confederações. O Distrito Federal ainda aguarda a certificação de outros 20 projetos sustentáveis, entre eles o do Tribunal de Justiça, a nova sede do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e dois projetos residenciais. Apenas um edifício em todo o Distrito Federal é certificado pelo GBC (Venâncio Green Building).

O GBC analisa outros 700 projetos no país considerados referências de edificações sustentáveis, entre elas, prédios comerciais em São Paulo e o Hospital Albert Einstein. “As pessoas passam a acreditar quando percebem o projeto funcionando. Primeiro questionam se aquilo vai dar retorno. Isso está provocando uma mudança no setor”, avaliou Marcos Casado.

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