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Mandela segue internado em estado crítico; família se reúne

Parentes de Nelson Mandela se reuniram nesta terça-feira em Qunu, cidade onde o ex-presidente da África do Sul passou a infância

No último domingo, as autoridades eclesiásticas fizeram um apelo na internet para que os sul-africanos se preparem para o luto por Mandela (REUTERS/Siphiwe Sibeko)

No último domingo, as autoridades eclesiásticas fizeram um apelo na internet para que os sul-africanos se preparem para o luto por Mandela (REUTERS/Siphiwe Sibeko)

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Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2013 às 22h37.

Qunu - Parentes de Nelson Mandela se reuniram nesta terça-feira em Qunu, cidade onde o ex-presidente da África do Sul passou a infância, enquanto personalidades, como o arcebispo da Cidade do Cabo, visitaram a clínica em Pretória onde o líder político segue em estado crítico.

De acordo com correspondentes da AFP no local, a filha mais velha de Mandela, Makaziwe, e netos do ícone mundial da luta contra a discriminação racial se reuniram na casa construída por ele na época da queda do regime racista.

"É uma reunião de amadlomos", declarou um dos participantes da reunião, em referência a um ramo do clã Thembu, do qual faz parte a família Mandela.

Nenhum membro da família quis informar o objetivo desta reunião, mas rumores indicam que o grupo teria discutido um possível local para o túmulo de Mandela.

Oficialmente, Mandela deve ser enterrado em Qunu, cidade onde passou seus primeiros anos. "Minha família está aqui e eu quero ser enterrado aqui, em casa", teria dito Mandela em 2003, filmado para um documentário no cemitério da cidade.

Mas alguns parentes do ex-presidente gostariam que ele fosse enterrado em Mvezo, sua cidade natal, a cerca de 40 km de Qunu.

A 900 km desta região rural e cheia de vales, numa clínica militar de Pretória, o pai da democracia multirracial sul-africana, de 94 anos, continuava internado devido a uma grave infecção pulmonar.

Em 2012, Mandela foi hospitalizado diversas vezes também por complicações pulmonares. Internado com urgência em 8 de junho, o estado de saúde de Madiba ficou mais grave no último domingo.

De acordo com a Presidência sul-africana, o quadro de Mandela nesta terça permanecia crítico.

O fluxo de visitas, restrito à família na última semana, aumentou nesta terça com a presença de personalidades como o arcebispo da Cidade do Cabo, chefe da igreja anglicana na África austral, Thabo Makgoba.


No último domingo, as autoridades eclesiásticas fizeram um apelo na internet para que os sul-africanos se preparem para o luto por Mandela.

"Nós devemos voltar nossas preces a ele e deixar o Todo-poderoso decidir", recomendou também o vice-presidente Kgalema Motlanthe.

Apesar de acostumada com a ausência de Mandela, que não aparece em público desde 2010, na Copa do Mundo de futebol, a população sul-africana encara com dificuldade o desaparecimento do líder.

"Imaginá-lo deitado num leito de hospital e pensar que ele não vai melhorar é muito difícil. (...) Não queremos perdê-lo mesmo que saibamos que sua hora está chegando", comentou Vusi Mzimanda, que foi ao hospital onde Mandela está internado prestar sua homenagem.

Visita de Obama é improvável 

Diante do hospital, onde sua esposa, Graça Machel, permanece durante todo o dia, a presença da imprensa aumenta cada vez mais.

Muitas pessoas passam no hospital para deixar flores ou pequenas mensagens, enquanto alguns cantam o hino nacional da África do Sul. As paredes da clínica sumiram em meio a flores vermelhas e brancas, cartões e balões. Cem pombos foram soltos na frente do local.

Apesar das circunstâncias, o presidente Jacob Zuma continua seguindo sua agenda oficial. Nesta terça-feira, o presidente foi à província rural de Limpopo, norte do país, e na quinta deve ir a Moçambique. Na sexta-feira, Zuma deve receber o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que fará uma visita oficial de três dias.

Mas é pouco provável que o presidente americano visite Nelson Mandela. "O presidente Obama adoraria de ver o presidente Mandela, mas ele está doente", disse laconicamente à imprensa a ministra das Relações Exteriores, Maite Nkoane Mashebane.

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