O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela: ícone da luta contra o apartheid "se comunica por sinais com seu rosto" (AFP / Gianluigi Guercia)
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2013 às 11h21.
Johannesburgo (África do Sul) - Nelson Mandela, que recebe assistência médica domiciliar desde setembro, segue em "estado estável, mas crítico", indicou nesta segunda-feira a presidência sul-africana, ao se expressar pela primeira vez desde que o presidente deixou o hospital, há quase três meses.
"O estado de saúde do ex-presidente continua sendo mais ou menos o mesmo de quando o presidente (Jacob) Zuma o visitou pela última vez, ou seja, estável, mas crítico, e Madiba segue respondendo ao tratamento", segundo um comunicado.
Segundo ex-mulher de Mandela, Winnie Madikizela-Mandela, o ex-presidente sul-africano continua bastante doente e não é capaz de falar, mas se "comunica por sinais", afirmou a um jornal sul-africano no domingo.
O ícone da luta contra o apartheid, de 95 anos e que recebe atendimento médico em casa desde setembro, "se comunica por sinais com seu rosto".
"Não pode articular palavras por causa de todos os tubos em sua boca para drenar os pulmões", afirmou Madikizela-Mandela ao The Sunday Independent.
"Os médicos afirmaram que esperam que ele recupere a voz", completou.
"Disseram que respira com a ajuda de aparelhos. Isto é mentira", garantiu.
Mandela, primeiro presidente negro da África do Sul, é atendido por uma equipe de 22 médicos em sua residência de Johannesburgo desde 1º de setembro, depois de ter passado três meses internado por uma infecção pulmonar.
Apesar de estar curado de uma pneumonia, seus pulmões continuam frágeis, destacou Winnie Madikizela-Mandela.
"É difícil para ele, continua muito sensível aos germes e deve permanecer em um ambiente esterilizado. O quarto dele é como um quarto de UTI", contou ao jornal.
"Mas quando está relaxado, fica bem".
Os problemas pulmonares do Prêmio Nobel da Paz estão provavelmente ligados às sequelas de uma tuberculose que sofreu quando cumpria uma pena de prisão em Robben Island, perto da Cidade do Cabo, na qual passou 18 de seus 27 anos de detenção sob o regime do apartheid.