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Malásia considera retomar buscas pelo voo que desapareceu há 10 anos, com 239 passageiros

O primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, disse nesta segunda-feira, 4, que o seu país está disposto a reabrir a investigação ao voo MH370, se houver "um caso convincente"

O CEO da Ocean Infinity, Oliver Punkett, disse que a empresa melhorou sua tecnologia desde 2018, para novas buscas (Adli Ghazali/Anadolu Agency/Getty Images)

O CEO da Ocean Infinity, Oliver Punkett, disse que a empresa melhorou sua tecnologia desde 2018, para novas buscas (Adli Ghazali/Anadolu Agency/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 4 de março de 2024 às 10h37.

Autoridades da Malásia anunciaram neste domingo, 3, que podem retomar a busca pelo MH370, o voo que desapareceu em 2014 transportando 239 pessoas. Uma empresa norte-americana que tentou encontrar o avião em 2018 propôs uma nova busca no sul do Oceano Índico, onde se acredita que o avião da Malaysia Airlines tenha caído há uma década.

O Ministro dos Transportes, Anthony Loke, afirmou que convidará a empresa de robótica marinha Ocean Infinity, com sede no Texas (EUA), para apresentar a ele sua mais recente proposta de "sem resultado, sem custo". Há tempos, o governo afirma que não apoiaria outra busca sem novas pistas sobre a localização do avião.

"O governo está firme na nossa determinação de localizar o MH370", disse Loke em um evento memorial que marcou o 10º aniversário do desaparecimento do avião. "Realmente esperamos que a busca possa encontrar o avião e fornecer a verdade aos parentes mais próximos."

O primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, disse nesta segunda-feira, 4, que o seu país está disposto a reabrir a investigação ao voo MH370, se houver "um caso convincente". "Se houver um caso convincente que precise de ser reaberto, ficaremos felizes em reabri-lo", disse Ibrahim em uma entrevista coletiva na Austrália, onde participa na cimeira especial Austrália-ASEAN. "É uma questão que afeta a vida das pessoas e tudo o que tiver de ser feito, deve ser feito", disse premiê.

O desaparecimento

O avião Boeing 777 desapareceu do radar pouco depois de decolar, em 8 de março de 2014, transportando 239 pessoas, a maioria cidadãos chineses, em um voo da capital da Malásia, Kuala Lumpur para Pequim. Dados de satélite mostraram que o avião desviou da trajetória planejado para o voo para sobrevoar o sul do Oceano Índico, onde se acredita ter caído.

Uma extensa busca que envolveu diversos países não conseguiu encontrar quaisquer pistas, embora os destroços tenham chegado à costa leste africana e a ilhas do Oceano Índico. Uma pesquisa privada feita em 2018 pela Ocean Infinity também não encontrou qualquer pista.

Nathan V.P.R., membro do grupo Voice MH370, composto por familiares das vítimas, disse que a Ocean Infinity planejou inicialmente uma busca no ano passado, mas foi adiada pela entrega de uma nova frota. Agora está no caminho certo para retomar a busca, disse ele.

"Enquanto estivermos vivos, não deixaremos de pressionar pela verdade"

O CEO da Ocean Infinity, Oliver Punkett, disse ao New Straits Times que a empresa melhorou sua tecnologia desde 2018. "Agora nos sentimos em condições de poder voltar à busca do MH370", disse ele. "Temos trabalhado com muitos especialistas, alguns fora da Ocean Infinity, para continuar analisando os dados na esperança de restringir a área de pesquisa a uma área em que o sucesso se torne potencialmente alcançável."

Loke se recusou a revelar a taxa proposta pela Ocean Infinity caso encontre o avião, dizendo que está sujeita a negociação. Ele disse que o custo não é um problema e que não prevê impedimentos para a busca. A resposta de Loke provocou lágrimas de alegria em alguns familiares presentes no memorial, realizado em um shopping no subúrbio de Kuala Lumpur.

"Estou no topo do mundo", disse Jacquita Gomes, cujo marido era comissário de bordo do avião. Ela disse que está grata por agora ter a chance de encerrar totalmente e dizer um adeus final. "Estamos em uma montanha-russa há dez anos... Se não for encontrado, espero que continue com outras buscas", disse.

Familiares de passageiros da Malásia, Austrália, China e Índia prestaram homenagem aos seus entes queridos durante o evento, acendendo velas para homenageá-los. "Não importa se são 10, 20 anos ou mais, enquanto ainda estivermos vivos... não deixaremos de pressionar pela verdade. Acreditamos que a verdade acabará por vir à luz", disse Bai Zhong, da China, cuja esposa estava no avião. (Com agências internacionais).

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