Coreia do Norte: Malásia vai exigir vistos de todos os turistas que visitarem o país por medida de segurança (Park Ji-Hwan/AFP)
EFE
Publicado em 2 de março de 2017 às 07h09.
Bangcoc - O governo da Malásia anunciou nesta quinta-feira que vai cancelar o acordo de isenção de vistos temporários para os cidadãos da Coreia do Norte após conflito diplomático entre os países surgido por causa do assassinato, em Kuala Lumpur, de Kim Jong-nam, irmão do líder norte-coreano, Kim Jong-un.
O vice-primeiro-ministro malaio, Ahmad Zahid Hamidi, disse hoje, em entrevista à agência governista "Bernama", que a partir da próxima segunda-feira, dia 6, será exigido o visto de todos os norte-coreanos que visitem seu país, como medida de segurança nacional.
A ação acontecerá três semanas depois da morte de Kim Jong-nam, quem foi envenenado com um potente agente tóxico em um terminal de embarque do Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur.
A Malásia indiciou ontem pelo crime as dois presas, enquanto continua com a investigação do assassinato, que segundo o governo sul-coreano foi planejado pelo regime de Kim Jong-un.
A indonésia Siti Aisha e a vietnamita Doan Thi Huong, que atacaram Kim Jong-nam no aeroporto e esfregaram em seu rosto o "agente nervoso VX", que acabou o matando em questão de minutos.
A polícia local acredita que as duas mulheres foram recrutadas para realizar o assassinato pelos quatro norte-coreanos que fugiram para Pyongyang no mesmo dia do crime.
As suspeitas, por sua vez, alegaram que achavam ter sido contratadas para fazer uma piada com a vítima para um programa de televisão.
As autoridades da Malásia também pediram para interrogar um diplomata da embaixada norte-coreana e um funcionário da empresa aérea estatal que teriam sido vistos se despedindo dos quatro suspeitos no aeroporto.
Além das duas mulheres, também foram detidos por este caso um químico norte-coreano, que não tem nenhuma acusação contra ele e cuja prisão preventiva terminará amanhã, e um malaio que foi libertado pouco tempo depois.
Uma delegação norte-coreana chegou na terça-feira em Kuala Lumpur para reivindicar o corpo de Kim Jong-nam, que viajava com um passaporte diplomático com o nome de Kim Chol.
Coreia do Sul e Estados Unidos atribuíram o assassinato de Kim Jong-nam a agentes norte-coreanos, enquanto Pyongyang questionou ao investigação policial e acusou as autoridades da Malásia de conspirar com seus inimigos.